Os frigoríficos brasileiros deverão conseguir superar apenas em 2010 a retração que atingiu o setor após a crise econômica internacional. Essa é a previsão do presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), Péricles Salazar.
O setor foi um dos que mais sofreu retração com a crise. Quatro grandes frigoríficos, desde setembro de 2008, pediram recuperação judicial. Aproximadamente 30 mil pessoas estavam empregadas, direta ou indiretamente, nessas empresas.
“As dificuldades que nos foram impostas depois de setembro com a crise financeira ainda não foram totalmente recuperadas. As exportações continuam abaixo da média histórica dos últimos meses anteriores a setembro. Mas elas têm aumentado mês a mês, embora ainda abaixo no comparativo com o ano passado”, diz o presidente da Abrafrigo.
De acordo com ele, apesar da forte retração, o setor tem regido, mas aos “trancos e barrancos. Eu acredito que no ano de 2009 a gente vai ficar ajustando o tempo todo. E em 2010 a gente vai começar a ver uma luz no fim do túnel. A paralisação e a recuperação judicial de algumas empresas acabaram gerando mercado para outras empresas que permaneceram nele”, considerou.
Hoje, os frigoríficos brasileiros estão operando com apenas 60% de sua capacidade de produção, 40% dessa capacidade estão ociosos. A queda da produção dos frigoríficos, no entanto, aponta Salazar, está relacionada também à migração de alguns criadores para a produção de cana-de-açúcar.
“A oferta de bovinos ainda não está absolutamente regular para os frigoríficos, nós ainda temos encontrado em algumas regiões dificuldade de aquisição de bois. Em algumas regiões, o plantel brasileiro, em função de migração de alguns produtores para o etanol, para a plantação de cana, também diminuiu. O que nós estamos buscando hoje é incentivar a maior produção pecuária no país”, disse.