Redação (13/11/2008)- Em meio à crise financeira internacional, que trouxe incertezas sobre o ritmo de preços das commodities durante o período de comercialização da safra 2008/09, os produtores conseguiram uma vitória ontem no Senado. Representantes dos agricultores conseguiram incluir no relatório do senador Neuto de Conto (PMDB-SC), relator do orçamento para a agricultura, uma emenda do senador Gilberto Goellner (DEM-MT), que amplia em R$ 2,5 bilhões a oferta de crédito para os mecanismos de apoio à comercialização da safra 2008/09.
A proposta original encaminhada pelo governo ao Congresso Nacional previa alocação de R$ 1,5 bilhão para as políticas de apoio à comercialização agrícola em 2009, contou o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Haroldo Lima, que defendeu a ampliação e acompanhou a votação do relatório do senador catarinense, encerrada há pouco no Senado. Com a verba adicional, sobe para R$ 4 bilhões o total de recursos que poderão ser usados nas políticas de apoio à comercialização. Desse total, o setor algodoeiro pleiteia apoio na ordem de R$ 800 milhões.
Cunha explicou que a votação de ontem é a primeira etapa de um processo que vai ter sequência nas próximas semanas. ””””A negociação agora é para que o relator-geral do Orçamento de 2009 mantenha a emenda””””, disse ele, referindo-se ao senador Delcídio Amaral (PT-MS). Depois, continuou o presidente da Abrapa, a ””””briga”””” é para que o Plenário vote favoravelmente à ampliação dos recursos para apoio à comercialização da safra. Depois de aprovado no Congresso, o Orçamento ainda pode ser vetado ou não pelo governo.
Para o presidente da Abrapa, a sinalização do governo com mecanismos de apoio à comercialização é a única alternativa para destravar os financiamentos rurais. ””””Ninguém empresta porque o risco é alto””””, disse. ””””Se o governo sinalizar com uma política de apoio à comercialização, o risco diminui””””, argumentou. Ele lembrou que os preços do algodão no mercado futuro de Nova York atingiram ontem a menor cotação dos últimos seis anos, o que, segundo ele, indica tempos difíceis no momento de venda da safra que será plantada a partir do mês que vem no Mato Grosso.