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Crise na Coagri MS

<p>Só quem retirou os grãos armazenados com autorização judicial está conseguindo fazer o plantio da safra.</p><p></p><p></p>

Redação (27/10/2008)- Há mais de um mês a Coagri, maior cooperativa agrícola de Mato Grosso do Sul, está em crise financeira. Muitos associados permanecem com a situação indefinida. Só quem retirou os grãos armazenados com autorização judicial está conseguindo fazer o plantio da safra.

O trabalho é intenso na propriedade do agricultor Edevaldo Cavalheiro, no município de Taporã. A meta é cultivar 750 hectares. O plantio só está sendo feito porque ele conseguiu a autorização da Justiça para retirar cinco mil sacas de soja que estavam presas no armazém da cooperativa. Sem negociar o grão, não teria como comprar a semente e os insumos. Mas a ação gerou gastos inesperados.

“Tivemos despesas com advogado, com carregamento e tivemos de vender de imediato. Não tivemos escolha de hora de venda para pegar o melhor preço. Então, tudo isso causou prejuízo”, calculou seu Edevaldo.

Assim como seu Edevaldo, outros 200 produtores buscaram a Justiça para garantir a liberação dos grãos. O saldo de quantos conseguiram não foi liberado. A soma das áreas de todos os cooperados representa 25% do total plantado em Mato Grosso do Sul. Por isso, ainda é cedo para calcular os impactos reais da crise na safra deste ano.

Quem não teve a permissão da Justiça para retirar os grãos retidos nos armazéns está com o plantio comprometido. Esse é o caso do agricultor Sérgio Pelegrin, que cultivou só 15 dos 110 hectares destinados à soja. Com a negociação do estoque, teria R$ 50 mil a mais para investir em sementes e fertilizantes. Mesmo assim, não desistiu de ocupar toda a área.

“Vai ter que plantar com menos adubo. E ainda não se sabe quando vamos conseguir tirar os grãos”, disse o seu Sérgio.

A cooperativa recebeu até o momento três propostas oficiais de empresas interessadas em administrar o grupo. Apenas uma já encaminhou os planos de gerenciamento. As outras duas devem enviar os projetos ainda este mês. A dívida é calculada em R$ 240 milhões.

No início de novembro os cooperados devem decidir o grupo que vai administrar a cooperativa.