Redação (11/12/2007)- Para as exportações de carne suína do Brasil, 2008 também deve ser um ano de crescimento, avalia Pedro de Camargo Neto, presidente da Abipecs (reúne exportadores do segmento). Ele enumera as razões para o otimismo. Além de o Brasil e o Chile terem entrado em acordo em nível técnico, discretamente uma missão japonesa visitou Santa Catarina na semana passada para avaliar a produção de carne suína naquele Estado.
Camargo Neto disse que "não quer fazer previsão sobre o Japão", mas afirmou que a "visita foi boa". Segundo ele, a missão técnica que esteve no Estado vai preparar um relatório sobre o que viu para ser entregue ao governo japonês. O país é conhecido pela morosidade em abrir seus mercados, ainda assim o executivo destacou que o envio de uma missão ao Brasil foi um passo "muito importante".
Santa Catarina é o único Estado brasileiro reconhecido como livre de aftosa sem vacinação pela Organização Internacional de Saúde Animal (OIE). É exatamente esse status que atrai países como Japão e Chile.
Quanto ao Chile, Camargo Neto disse que a expectativa é iniciar as exportações de carne suína em 2008. Outra perspectiva de mercado é o México, onde o ministro das Relações Exteriores Celso Amorin esteve recentemente e que deve enviar missão à Santa Catarina em fevereiro de 2008, informou. Além disso, os EUA planejam realizar análise de risco para a carne suína no primeiro semestre de 2008.
Acessar novos mercados é desde sempre o foco dos exportadores de carne suína, para reduzir a dependência da Rússia. Este ano, por conta do embargo russo a alguns Estados brasileiros devido a focos de aftosa no fim de 2005, a participação da Rússia nas vendas caiu para 44% do total, segundo Camargo Neto. Era de 60% em 2005, antes do embargo. Mas mesmo com a restrição russa, as exportações do setor cresceram este ano. "Crescemos reduzindo a Rússia".
Entre janeiro e novembro, os embarques somaram 543,5 mil toneladas, alta de 12,22% sobre o mesmo período de 2006. Em receita, o aumento foi de 12,74% na mesma comparação, para US$ 1,074 bilhão. As vendas para a Rússia nesse intervalo caíram 1,98%, para 242 mil toneladas. Em receita, os embarques para o país caíram 2,09%, para US$ 562,22 milhões.
As vendas para Hong Kong, em compensação, subiram 41,87%, para 95.403 toneladas. "Devemos chegar a 600 mil toneladas este ano, dentro do esperado", afirmou. (AAR)