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Mulheres discutem efeitos do agronegócio no Brasil

<p>Começou ontem o I Encontro Estadual das Mulheres da Via Campesina, que segue até amanhã, no Mineirinho.</p>

Redação (07/03/07) – Cerca de 600 mulheres, dentre elas sem-terra, quilombolas, indígenas, geraizeiras e atingidas por barragem, discutem o tema Mulheres em luta pela vida e contra o agronegócio.

O maior problema para as mulheres do campo hoje é o agronegócio. Ele faz com que a estrutura latifundiária permaneça e destrua os solos. Além disso, impede que seja feita a reforma agrária , justifica a assessora da Via Campesina, Dayana Machado.

O objetivo do encontro, de acordo com Dayana, é discutir o papel das mulheres na sociedade. Além disso, o encontro visa unir as mulheres em torno de uma causa. Escolhemos uma data próxima ao dia das mulheres, a fim de resgatar o 8 de março como o dia internacional de luta das mulheres trabalhadoras, quando devem ser denunciados os problemas atuais , afirma.

O evento foi aberto às 9h30 e, às 11h, houve análise da conjuntura e do momento histórico atual pelas participantes do encontro. Das 14h às 18h, foi realizado um debate com o tema Soberania alimentar, modelo energético e agronegócio.

À noite, as mulheres que estavam no Mineirinho assistiram ao documentário Rompendo o silêncio, produzido na mobilização de 8 de março do ano passado, no Rio Grande do Sul. Hoje, das 8h às 12h, serão realizados seminários e oficinas sobre os temas mobilizadores.

Entre 14h e 18h, haverá um debate acerca da temática Gênero e luta de classe. Para a noite, ainda estão programadas apresentações de grupos de cultura popular. Amanhã, das 8h às 11h, o debate será sobre os desafios das mulheres no contexto atual. Entre 13h e 18h, haverá uma passeata pela região central de Belo Horizonte.

Também participarão da caminhada, que sai da Praça das Estação, movimentos urbanos como a Marcha Mundial das Mulheres, Conlutas, Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Central dos Movimentos Sociais.

A Via Campesina, uma articulação internacional, é composta, em Minas Gerais, pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Movimentos dos Pequenos Agricultores (MPA), Movimento das Mulheres Camponesas (MMC), Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil (Feab), Cáritas Brasileira Regional Minas Gerais e Comissão Pastoral da Terra (CPT).