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Ferrugem na soja

<p>Mato Grosso do Sul é o 2 do país em focos de ferrugem da soja.</p>

Redação (13/02/07)– Mato Grosso do Sul continua sendo o segundo Estado mais atacado pelo fungo da ferrugem asiática da soja, atrás apenas do Paraná. Levantamento divulgado ao Correio do Estado na tarde de ontem pelo Laboratório de Fitopatologia da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) relatou a ocorrência de mais de 650 focos desde o começo da atual safra.

O coordenador do laboratório, Wálber Gavassoni, classificou a doença de “epidemia” diante do agressivo avanço na maioria das lavouras. “Esses 600 casos são um número conservador, porque precisaríamos saber a intensidade da ferrugem dentro das propriedades”, assinalou esse professor. Estudantes do curso de Agronomia se revezam nas análises em grupo de quatro no laboratório.

Essa preocupação é endossada pelo pesquisador responsável pelo Programa SOS Soja, da Fundação MS, Ricardo Barros, de Maracaju. “A situação é preocupante e há lavouras bastante atacadas na região sul com perda de produtividade”. Os municípios da região sul são os mais afetados. “Alguns produtores que atrasaram a primeira aplicação, por conta da chuva ou falta de monitoramento, já perceberam perdas”, lembrou o pesquisador.

As intensas chuvas de janeiro e fevereiro são as responsáveis pelo grande avanço desta doença, associadas às temperaturas amenas. Segundo os registros da Embrapa Agropecuária Oeste, somente neste mês choveu 151,3 milímetros em sua estação agroclimatológica.

A ferrugem da soja tem provocado grande preocupação nos agricultores, porque ameaça o rendimento das lavouras, ao provocar a desfolha precoce, e impede a formação do grão. O custo para aplicação do fungicida fica entre R$ 40 e R$ 50 por hectare, dependendo da marca comercial, e pode ser preciso fazer de duas a três pulverizações, conforme o índice de infestação do fungo.

De acordo com informações do Sistema de Alerta da Ferrugem Asiática da Embrapa, foram identificadas 1.650 ocorrências da doença nesta safra em todo o País, considerando o período de novembro de 2006 até ontem (12/2). Apenas nos doze primeiros dias deste mês, Mato Grosso do Sul confirmou 81 novas ocorrências em lavouras, principalmente de Dourados e Maracaju.

Nova praga assusta produtores da região
A Embrapa Agropecuária Oeste promove na noite de hoje uma palestra para discutir com técnicos e agricultores sobre a mosca-branca, uma nova praga que está atacando nas últimas semanas, de forma generalizada, as lavouras de soja na região de Dourados. Esse inseto pode reduzir, fortemente, a produtividade da cultura, segundo alertou a instituição de pesquisa.

A palestra “Manejo da mosca-branca na cultura da soja” será realizada com o entomologista (especialista em insetos) e pesquisador Massaru Yokoyama, da Embrapa Arroz e Feijão de Goiânia (GO), fazendo a discussão do problema e buscando soluções para o seu combate. Yokoyama é agrônomo, com doutorado em entomologia pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP).

A mosca-branca apresenta resistência a inseticidas, se adaptou em diversas regiões e climas diferenciados e ataca grande número de plantas, especialmente a soja, algodão, feijão, amendoim, tomate, abóbora, mandioca, melancia, batata e várias espécies de plantas ornamentais.

Segundo o entomologista da Embrapa Agropecuária Oeste, Crébio José Ávila, “ainda não há recomendações e medidas efetivas para o controle desta praga, e consequentemente os produtores estão enfrentando dificuldades para convivência com o inseto”.

Durante a sucção de nutrientes e água das plantas, o inseto provoca desenvolvimento desuniforme e queda no rendimento. Além disso, ele secreta substâncias sobre as folhas que favorecem o crescimento de fungos, reduzindo a taxa fotossintética. No caso da soja, a fase mais afetada é a de enchimento dos grãos.

A mosca-branca encontra-se distribuída por todas as regiões agrícolas do mundo, tendo como condições favoráveis o clima quente e baixa umidade. No Brasil, o inseto é visto em todos os Estados causando danos em diversas culturas da ordem de 30% a 100%, segundo a Embrapa.