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O agronegócio e a política de desenvolvimento da biotecnologia

<p>Produtos agropecuários mais competitivos e seguros são alguns dos importantes alvos a serem alcançados pela Política de Desenvolvimento da Biotecnologia (PDB).</p>

Redação (08/02/07) – Estas inovações são essenciais para o Brasil manter e conquistar novos mercados.  No segmento agropecuário, a produção de alimentos seguros tanto do ponto de vista do consumo humano quanto do meio ambiente é a principal diretriz da PDB lançada hoje (08/02) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante solenidade no Palácio do Planalto.

Entre os objetivos constam estímulos ao desenvolvimento de ferramentas biotecnológicas para estimular a prospecção e uso da agrobiodiversidade brasileira para enriquecer o hábito alimentar nacional e de outros povos.  Neste contexto, a valorização dos conhecimentos tradicionais  associados ao uso e a conservação dos recursos genéticos nativos voltados à agricultura e alimentação, também podem ser viabilizados pela biotecnologia.

A biotecnologia pode reduzir os impactos das mudanças climáticas nas lavouras. Tais alterações, que incluem o aquecimento global, são indutoras de grande estresse sobre as lavouras, tanto por fatores bióticos (relativos às infestações de organismos vivos que se tornam pragas ou doenças) quanto por fatores abióticos (grandes secas, grandes enchentes, temperaturas muito altas ou muito baixas).

Para isto, a biotecnologia pode desenvolver plantas mais resistentes que consigam enfrentar condições climáticas adversas e oferecer resistência genética ao ataque de pragas, ou ainda desenvolver organismos ou substâncias que os combatam reduzindo a necessidade de tratamentos com substâncias com riscos de contaminar o meio ambiente ou deixar resíduos nos alimentos ou matérias primas produzidos. A biotecnologia pode ainda auxiliar na mitigação de riscos ambientais viabilizando culturas que promovam o aumento da cobertura florestal ou da fixação de CO2 e mitigar danos ambientais relativos ao aquecimento global.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) definiu alguns alvos estratégicos para a agropecuária na política governamental de biotecnologia como plantas resistentes a pragas, doenças e intempéries climáticas; desenvolvimento de vacinas para prevenção de doenças em animais; tecnologias biológicas para produção animal e vegetal; bioindústrias de transformação para aproveitamento de subprodutos animais e vegetais; entre outros.

As inovações tecnológicas permitirão ainda a detecção e o controle de pragas e doenças, além do estabelecimento de políticas que permitam a coexistência de variedades transgênicas e convencionais. A produção de fármacos veterinários, kits de diagnósticos e probióticos (produtos que geram outros produtos – quando colocados na nutrição animal possibilitam a síntese de produtos mais nobres, normalmente proteínas) são também exemplos de importantes soluções tecnológicas para a agricultura e a alimentação.

Com base na política de biotecnologia será possível desenvolver mecanismos de diferenciação entre imunização e infecção para agentes etiológicos, foco de atenção sanitária, e incentivar a caracterização do genoma funcional de patógenos e outros organismos de interesse do agronegócio. A nova política também permitirá criação e o aperfeiçoamento da infra-estrutura dos laboratórios de alta segurança biológica e o desenvolvimento de sistemas de rastreamento e manejo de animais.

Respeitado os princípios da bioética e da biossegurança os organismos geneticamente modificados e outros instrumentos da genômica, será importante para o desenvolvimento de novas plantas para a agricultura e alimentação. O desenvolvimento de nanobiotecnologias de aplicação no agronegócio também integra a política de biotecnologia do governo. Um dos focos é desenvolver a nanobiotecnologia na nutrição vegetal e de veículos de aplicação de insumos na agricultura.

Para reduzir os custos e ampliar a competitividade do agronecógio, a política de desenvolvimento da biotecnologia visa também ampliar a oferta e reduzir os custos das vacinas, de modo a atender a demanda nacional e de exportação. O governo também quer incentivar a criação de empresas de base tecnológica e as parcerias público-privadas visando a criação de programas específicos para o desenvolvimento e a comercialização de produtos estratégicos.

A Lei de Inovação Tecnológica, as Parcerias Público-Privada (PPP), a PDB e o Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) formam o vetor que deve incrementar o desenvolvimento econômico do Brasil. O Mapa vê na criação destas políticas integradas a oportunidade de manter a competitividade do agronegócio brasileiro, aumentando a segurança dos alimentos nos aspectos da saúde da população e da conservação ambiental.