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Brasil supera Austrália em receita com a venda de carne

<p>As projeções, feitas por analistas de mercado, foram baseadas no acumulado das exportações deste ano e nas variações de volume e preços obtidas dos dois países.</p>

Redação (11/12/06) –  Enquanto o Brasil acumulou ganhos de 15,6% nas cotações de seus produtos, de acordo com os dados consolidados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a Austrália obteve valores 3,8% maiores para a sua carne – segundo a Scot Consultoria. No mesmo período, o País vendeu uma quantidade 10,1% maior, conforme os relatórios do governo, enquanto seu concorrente aumentou somente 4,2% em volume, de acordo com o Brazilian Meat Monitor, da AgraFNP.

A liderança em receita era acalentada pelo setor. “O campeonato mundial de volume nós já ganhamos, falta apenas o de preços”, diz constantemente o presidente da Abiec, Marcus Vinicius Pratini de Moraes, que hoje comemora os números.

Com os resultados obtidos pelo Brasil em 2006, acima dos projetados no início deste ano, a liderança era esperada por analistas de mercado. “Uma diferença de 600 mil toneladas do Brasil à frente da Austrália já garante a mudança no ranking.

A gente passa por pouco”, diz José Vicente Ferraz, diretor da AgraFNP. Diferente do Brasil, a Austrália comercializa com países que pagam mais pelo produto, como Japão, Coréia do Sul e Estados Unidos, com os quais as indústrias nacionais não têm acesso ao mercado de carnes in natura. Apesar da diferença no pagamento, neste ano, o preço do produto brasileiro se valorizou mais que o do australiano.

Paulo Molinari, analista da Safras & Mercado, também aposta na mudança no ranking, devido à diferença no preço médio brasileiro e no aumento do volume. “Isto dá um novo status ao País, em termos do nível de importância e da abrangência do produto brasileiro no mercado internacional”, afirma.

Apenas em novembro, o Brasil exportou US$ 406 milhões em carnes, o melhor resultado em um mês nos últimos 17 anos, segundo dados do governo. Os valores são 77,3% superiores aos do mesmo período do ano passado. Em volume foram 149 mil toneladas, alta de 61,6% na mesma comparação. Fabiano Tito Rosa, analista da Scot Consultoria, acredita que neste mês o País possa vir a repetir este êxito, pois como o Brasil pulverizou seus mercados, tem quebrado a sazonalidade comum nesta época do ano, em que alguns países têm perda de receita por fechamento de portos devido à neve.