Wolmir de Souza, durante sua palestra no evento da APCS |
Redação SI (09/03/06)- No dia 6 de março foi realizada em Campinas (SP) uma palestra sobre o mercado de suínos em Santa Catarina, promovida pela Associação Paulista dos Criadores de Suínos (APCS). Wolmir de Souza, presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS) foi o palestrante convidado pela associação paulista para falar sobre custos, produção e preços do suíno na região Sul do País. José Arnaldo Penna, presidente da Associação de Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg), também esteve presente no evento.
Valdomiro Ferreira Junior, presidente da APCS, abriu o evento destacando a vinda dos representantes dos Estados de Santa Catarina e de Minas Gerais, agradecendo muito a presença de todos.
José Arnaldo Penna, presidente da Associação de Suinocultores de Minas Gerais |
José Arnaldo falou um pouco sobre o mercado mineiro. Segundo ele, Minas, hoje, tem dois pólos de produção suína: o da Zona da Mata e o do Triângulo do Parnaíba, tido como o mais importante. Para este ano é esperado um crescimento de 10% na produção e 18% no abate de suínos. Além disso, José Arnaldo destacou a importância das indústrias genéticas do Estado nas questões sanitárias, e disse ainda que Minas quer levar esta tecnologia para os outros Estados.
Wolmir de Souza
O presidente da ACCS iniciou sua palestra destacando as grandes qualidades de Santa Catarina, entre elas, a capacidade produtora do Estado (maior produtor do Brasil). Disse ainda que a suinocultura catarinense vive um período diferente, buscando principalmente o mercado exterior. Para isso, é necessário um cuidado especial, que Wolmir chama de carinho. Segundo o palestrante, para se atingir o alvo são necessários: vitória, união e querer.
Wolmir destacou que a suinocultura no Brasil tem vários aspectos positivos para crescer, pois o País é o maior produtor de soja do mundo, é o segundo no milho, o quarto em suínos, tem 7% das terras aráveis do mundo e 12% da água potável, clima favorável e mão-de-obra barata e qualificada.
Ainda de acordo com ele, os pontos positivos para SC envolvem a mão-de- obra qualificada, o clima da região Sul, o fato de o Estado estar sem aftosa desde 1993 e livre da peste suína clássica desde 1990. Ainda mais, o Estado tem uma eficiente barreira sanitária, o maior complexo agroindustrial do Brasil, fácil acesso ao porto de Itajaí e vários trabalhos em prol da manutenção e recuperação do ambiente.
Wolmir de Souza destacou a luta da ACCS em busca da igualdade entre produtores e a agroindústria. Ele disse que o produtor precisa recuperar sua identidade e impor respeito à agroindústria. O tratamento não é igualitário, é como se o suíno do produtor não tivesse qualidade, destacou.
Valdomiro Ferreira Junior, Presidente da APCS |
O presidente da ACCS também fez um rápido comentário sobre o embargo russo. Ele diz que a situação é vista com otimismo, afinal os russos gostam da carne brasileira, mas a Rússia é o principal cliente do País, e esta dependência faz com que eles dêem as cartas.
Denúncia
Ao terminar a palestra, Wolmir de Souza iniciou o debate e alguns produtores de São Paulo acusavam o Estado do Paraná de fazer o transporte ilegal de suínos vivos, trazendo o perigo da aftosa para SP. Uma discussão foi aberta e, porém, controlada por Ferreira Júnior, que ia analisar o caso junto a outras entidades.