Redação AI 08/12/2005 – O presidente da Associavestruz, Amarildo Garcia, diz que está insatisfeito com o resultado da síntese do plano de recuperação apresentado pelo corpo jurídico da Avestruz Master às associações de investidores. Segundo ele, o valor oferecido para pagamento de 80% das aves é questionável e ainda é necessário muitas discussões para que se pague o preço justo para os clientes.
Garcia afirma que, em São Paulo, o preço de mercado da ave para o abate varia de R$ 600 a R$ 800 e que este valor deveria ser pago aos investidores. O grupo Avestruz Master propôs um acordo de forma que pagaria R$ 600 pela recompra da ave, mas que cobraria R$ 530 referente à hospedagem do animal e sobrariam apenas R$ 70 de lucro para o cliente.
Garcia reforça que não sabe de onde os empresários tiraram essa idéia, que vai lesar ainda mais o consumidor. “Eles pagaram cerca de R$ 1,68 mil por uma ave de três meses, que já cresceu e alcançou maior valor de mercado”. Segundo o presidente da Associavestruz, a única chance dos investidores conseguirem ressarcimento do que foi aplicado é por meio da recuperação da empresa. “O problema é que o principal patrimônio são as aves que estão morrendo.”
A advogada Viviane Vaz, representante da Comissão de Gestão do Patrimônio Vivo da Avestruz Master, diz que a dificuldade que a comissão tem para receber a verba de manutenção das aves é gigante. “Não estamos tendo jeito de otimizar os resultados das ações de socorro às aves”. Segundo ela, o dinheiro não está chegando em tempo hábil, mas a comida para aves não está em falta, as outras demandas é que estão atrasadas. Ela explica que houve desencontro de informações que levaram à imprensa um número maior de mortes do que ocorreu. Viviane diz que a burocracia do Judiciário é que atrapalha a resolução rápida dos problemas.
SANIDADE – A médica veterinária da Acriago, Fernanda Pacheco, afirma que se não forem tomadas providências que visem a sanidade das aves, até um ataque de doenças pode ocorrer. Segundo ela, as aves estão magras e os filhotes, se continuarem nessa situação, podem morrer logo.
A veterinária explica que a falta de higienização e as retiradas indiscriminadas provocam desgaste que enfraquecem o animal, que pode contrair doenças como a New Castle, mal capaz de reduzir um plantel inteiro. Fernanda afirma que todo plantel ainda está sadio, mas o pior pode acontecer se as aves continuarem a ser tratadas da forma como estão atualmente.