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Movimento baixista

<p>Preços agrícolas têm maior queda desde 2003 em SP.</p>

Da Redação 02/09/2005 – O índice de preços recebidos (IPR) pelos produtores agropecuários paulistas, pesquisado pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA) – vinculado à Secretaria de Agricultura do Estado -, encerrou agosto com variação negativa de 2,24%. Foi a quinta variação negativa mensal consecutiva, e a maior desde junho de 2003 (2,35%).

Com o resultado, o indicador passou a acumular uma variação ainda positiva de 1,86% nos primeiros oito meses do ano, acima do IGP-M do mesmo período (0,75%) mas abaixo do IPC-Fipe (2,92%, conforme estimativa do IEA). Nos últimos doze meses até agosto passado, o IPR aparece com alta de 9,34%, ante 3,43% do IGP-M e dos estimados 5,03% do IPC-Fipe.

Segundo economistas ouvidos pelo Valor nas últimas semanas, o câmbio atual e o comportamento dos preços internacionais de commodities como a soja devem colaborar para manter a pressão sobre as cotações agrícolas também em setembro, mas a entressafra de grãos surge como um fator “altista” que tende a ter mais fôlego.

Em agosto, ao contrário do que esperava inicialmente, o fator entressafra não pesou, e o grupo de produtos vegetais registrou queda média de 3,68%. As principais baixas foram as da batata e do tomate (34,78% nos dois casos), mas chamou a atenção a queda do feijão (29,91%), em parte provocada pela entrada da 3 safra da cultura no mercado. E soja e milho também recuaram – 4,21% e 6,02%, respectivamente.

Os produtos animais, por sua vez, subiram, em média, 0,34%, puxados pela recuperação das aves (12,14%). Também subiram os suínos (5,75%) e o leite (3,57%), mas diminuíram os preços pagos aos produtores de ovos (22,30%) e aos criadores de boi gordo (0,39%). Com as recorrentes quedas da arroba do boi, eventuais elevações das cotações de aves e suínos ficam limitadas, em virtude do fenômeno da transferência de consumo.