Redação AI 13/11/2003 – 16h41 – Assunto que atualmente está entre as principais preocupações do setor de nutrição avícola, a alimentação inicial de frangos de corte foi o tema da palestra do professor da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da Universidade de São Paulo (FZEA/USP), Lúcio Francelino Araújo, apresentada hoje (13) no Simpósio sobre Manejo e Nutrição de Aves e Suínos, em Campinas (SP). O evento, promovido anualmente pelo Colégio Brasileiro de Nutrição Animal (CBNA), deu início a suas atividades ontem (12) pela manhã e segue até sexta-feira, dia 14.
Araújo relatou no início de sua palestra o imenso desenvolvimento da avicultura industrial nos últimos 30 anos. “A evolução da avicultura nas últimas três décadas foi enorme. O salto dos índices de produção do frango brasileiro nesse período, a significativa melhora da conversão alimentar e do ganho de peso, por exemplo, foram impressionantes”, avaliou o professor da USP. Araújo ressaltou ainda, que nesse período foi possível diminuir pela metade a idade de abate dos frangos de corte. “Isso gerou um grande desafio. Com a diminuição do tempo de abate das aves a alimentação inicial, ou seja, a alimentação na primeira semana cresceu significativamente de importância”.
Segundo ele, a alimentação pós-eclosão para o desenvolvimento inicial do frango de corte é de sua importância. “O peso da ave no terceiro dia dobra. Entretanto, a velocidade de consumo não cresce na mesma proporção”, explicou. “Disso depreende-se um grande desafio: alimentar adequadamente as aves durante os seus primeiros dias”. De acordo com o professor, por esse motivo, a primeira semana de vida dos frangos de corte é objeto de intensos estudos não só da área de nutrição, mas de todas os demais segmentos da avicultura.
Nutrição pós-eclosão Durante sua palestra, Araújo apresentou uma série de trabalhos científicos que demostram os efeitos e benefícios da alimentação inicial em frangos de corte. Um deles abordou a influência da nutrição pós-eclosão na evolução do peso de alguns órgãos digestivos de aves recém nascidas. Segundo Araújo, quanto mais cedo for fornecido alimentos para as aves melhor e mais rápido esses órgãos se formarão. “Isso trará reflexos para o desenvolvimento e desempenho das aves”. Aves que receberam uma alimentação adequada no período pós-eclosão, esclareceu o professor, desenvolvem-se melhor do que as aves que permaneceram mais tempo em jejum. Ainda de acordo com o palestrante, é preciso diminuir o tempo entre a eclosão e o alojamento das aves.