Agricultura, agronegócio, agroindústria, empresário rural, família rural. Aos poucos a sociedade brasileira vai conhecendo e valorizando esse multifacetado universo da vida nacional. É um setor que vai se impondo pela sua retumbante importância econômica, em face dos superávits que gera para a balança comercial, da ordem de 140 bilhões de dólares por ano, cuja expressão mais recente foi o crescimento de 21,6% no primeiro trimestre deste ano, o que catapultou o PIB desse período em 1,9%.
O setor primário da economia verde-amarela é o responsável pela cada vez mais proeminente presença do Brasil no comércio exterior, onde conquistou a posição de quarto maior produtor de alimentos do mundo. A produção exportável do Brasil alimenta quase 1 bilhão de habitantes do planeta.
Incorporação das melhores práticas de produção, adesão às inovações tecnológicas, uso racional dos recursos naturais, respeito às regras do bem-estar animal e acompanhamento das inovações científicas – todos esses fatores juntos e somados resultaram em produtividade elevada e uma invejável produção sustentável.
Essa é a verdadeira fotografia do agro brasileiro que, aos poucos, vai se instalando na constatação psicossocial da população porque é uma verdade avassaladora, testemunhada cotidianamente pela comida saudável, acessível e farta na mesa do brasileiro. Imagens de ações danosas ao meio ambiente, muitas vezes veiculadas por agentes mal informados ou mal intencionados, são recortes excepcionais de uma realidade que o próprio agro combate e execra porque é contrária a sua natureza.
É fundamental mencionar que no universo do agro coabitam e convivem, cada um com suas peculiaridades e habilidades produtivas, os micro, pequenos, médios e grandes produtores, pois, pela especialização ou produção massiva, conquistam grandes mercados ou nichos específicos e diferenciados. Nesse aspecto é essencial reconhecer a contribuição de dois sistemas para o sucesso desse público. Um, é o Sistema S – Senar, Sescoop, Sebrae etc. – que tem levado ao campo, de forma contínua e intensa, o conhecimento para qualificação e requalificação de produtores, empresários e famílias rurais, com a oferta de treinamento, cursos, formação técnica e universitária, cujos efeitos não são apenas econômicos, mas também de melhoria da qualidade de vida e na formação da consciência cidadã das atuais e novas gerações.
Outra presença importante, e que articulou resultados sociais, culturais e econômicos, foi o sistema cooperativista, que organizou a produção, deu competitividade aos pequenos, orientou processos de crescimento, ofereceu assistência técnica, promoveu a difusão tecnológica e engajou nos processos de mudanças e transformações milhares de famílias rurais.
É preciso reconhecer uma verdade histórica: a ausência do Estado foi atenuada pela ação das cooperativas e pelo fomento à agropecuária em regiões onde – naquela época e naquelas condições geográficas – não havia outras possibilidades de trabalho, renda e empreendimentos. A distância das vastas regiões agrícolas, as deficiências de infraestrutura e as carências gerais de que padeciam as comunidades rurais eram as imperiosas condicionantes desse tempo.
Quando celebramos a pujança de nossa agricultura e do nosso agronegócio é justo não olvidar das origens em um período no qual predominam dificuldades e percalços que, hodiernamente, estão superados pela conjugação de fatores como a própria expansão do agro e a ação estatal.
A contribuição do agro continuará crescente, impactando positivamente a economia nacional (com geração de receitas cambiais) e a vida dos brasileiros (com a criação de empregos e segurança alimentar), independentemente da compreensão ou do reconhecimento que merece.