A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), lançou na terça-feira (03/05) o Relatório Anual 2022. De acordo com a publicação mesmo enfrentando adversidades ao longo de 2021, com altos custos de produção, o setor registrou aumento nas unidades produzidas e atendeu a demanda que cresceu no país.
Em 2020 o consumo de ovos registrado no Brasil foi de 251 unidades por habitante passando, em 2021, para 257 unidades por habitante. Para atender esta demanda foram produzidas 54,973 bilhões de unidades, sendo que 99,54% da produção é destinada para atender o mercado interno.Por outro lado o alojamento de matrizes registrou recuo na comparação com 2020 passando de 1,441 milhão de cabeça para 1,368 milhão de cabeças em 2021.
O estado que registrou o maior alojamento de pintainhas foi São Paulo com 29,63% do alojamento nacional. Na sequência temos Minas Gerais com 10,54% e Espírito Santo com 9,17%.
Exportações
Das 54,973 bilhões de unidades produzidas, apenas 0,46% foi destinado à exportação. Em 2021 foram exportadas 11,346 mil toneladas de ovos gerando uma receita de US$ 18 milhões (FOB). O produto teve como destino 82 países.
Os quatro estados que mais exportara ovos em 2021 foram Mato Grosso, responsável por 44,78% dos embarques, Minas Gerais com 19,51%, Rio Grande do Sul com 17,62% e São Paulo com 10,22% dos embarques.
Os Emirados Àrabes foi o maior comprador de ovo brasileiro recebendo 60,95% das exportações. Em comparação com 2020 os embarques para o país cresceram 104,60% em 2021. O Segundo maior comprador foi o Japão que recebeu 10,32% dos embarques de ovos brasileiros. Na comparação com 2020 o país aumentou em 270,4% a importação do ovo brasileiro.
Ano difícil para os produtores
Para a Associação o ano de 2021 foi um período desafiador para o setor. Por isso o denominaram “o ano da resiliência”. Em seu relatório a ABPA conta que já abalados pela crise econômica mundial que se iniciou em 2020 com a chegada da pandemia, avicultores e suinocultores em todo o território nacional, assim com as agroindústrias, não mediram esforços para manter suas atividades em funcionamento.
O relatório afirma que em um quadro econômico delicado, os produtores não apenas tiveram que se ajustar ao novo cenário pandêmico, mas também se depararam com altas históricas dos insumos, afetando gravemente seus custos de produção e sua capacidade competitiva.
Os dados mostram que em média, desde 2015 até 2021, o preço da soja aumentou em mais de 140%. O milho, por sua vez, apresentou incremento ainda mais expressivo, ultrapassando 200%. Outro ponto que pesou para os produtores foram os aumentos dos custos de embalagens rígidas e flexíveis e dos combustíveis.
A publicação também afirma que, cercado às incertezas que afetam a produção nacional, o setor de exportação também foi posto à prova. Inicialmente, ainda durante o período crítico da pandemia, o ritmo do comércio global decaiu. Em seguida, com a posterior e gradual retomada dos negócios pós lockdowns, a reabertura das economias globais gerou um desequilíbrio sem precedentes entre oferta e demanda de contêineres no mundo. Navios de carga foram redirecionados para rotas mais demandadas – as quais não incluem o Brasil – e tal descompasso trouxe como consequência o aumento vertiginoso dos fretes marítimos, que mais que triplicaram ao longo deste período.
“Entretanto, mesmo com tamanha adversidade, nossos produtores, carregando a bandeira da segurança alimentar, perseveraram em seu nobre compromisso de alimentar o Brasil e o mundo”, destaca trecho da publicação.