Um levantamento sobre o progresso das agtechs na América Latina identificou 978 startups (809 delas brasileiras) que estão ativas e empregam diversas tecnologias para aumentar a capacidade produtiva do agronegócio. O estudo inédito foi conduzido pela Liga Ventures em parceria com o Hub CNA Digital e a Bunge.
O levantamento indica que essas empresas estão distribuídas em 22 categorias, incluindo biotecnologia, backoffice para agronegócios, vant e geoprocessamento, gestão da pecuária, gestão e análise de plantio, nutrição de plantas, proteínas e bebidas alternativas, comercialização de insumos agropecuários, máquinas e equipamentos para produção, serviços financeiros, agricultura vertical e indoor, e agricultura de baixo carbono.
Em relação ao ano de fundação das startups, 39,1% delas surgiram entre 2019 e dezembro de 2023. As principais categorias de agtechs ativas fundadas entre 2020 e 2023 incluem biotecnologia, serviços financeiros, comercialização de insumos agropecuários, gestão e análise de plantio, e agricultura de baixo carbono.
“O mapeamento e a análise das startups do setor agropecuário são ferramentas estratégicas, proporcionando ao Sistema CNA/Senar, por meio de seu Instituto, uma visão abrangente das soluções inovadoras disponíveis no mercado. Além disso, oferecem uma compreensão das tendências e necessidades emergentes do setor, permitindo que nós, do Sistema, estejamos constantemente à frente, ajustando nossas estratégias e operações para superar as expectativas dos produtores rurais”, afirmou Danielle Leonel, coordenadora do Hub CNA Digital.
“Os dados apresentados pelo estudo destacam o papel crucial do Brasil no ecossistema de inovação do agronegócio latino-americano. O surgimento e a evolução das agtechs representam uma revolução no mercado agro, trazendo inovações que impulsionam a eficiência e a produtividade agrícola, além de desempenhar uma função vital nas agendas de sustentabilidade ambiental e segurança alimentar, contribuindo para o intenso desenvolvimento do setor”, analisa Guilherme Massa, cofundador da Liga Ventures.
“Os dados da pesquisa sobre as startups que nasceram nos últimos três anos confirmam a tendência de digitalização dos processos de comercialização e de serviços financeiros no agro, segmentos que a Bunge já vem fortalecendo com o desenvolvimento de soluções em processos de inovação aberta que desafiam nossos negócios para impulsionar a transformação do setor e dar respostas rápidas a mercados altamente dinâmicos”, afirma Braian Souto, líder global de Business Technology e Estratégia de Ecossistemas da Bunge. “O mapeamento aprofunda nosso conhecimento sobre o ecossistema de agtechs na América Latina e abre portas para novas oportunidades de interação e colaboração”, completa.
Quanto aos investimentos no segmento, foram realizadas 116 negociações entre janeiro de 2022 e dezembro de 2023, movimentando mais de R$ 3 bilhões. As startups de serviços financeiros (26%) e agricultura de baixo carbono (22%) lideraram a participação no montante total investido no período.
O estudo também revela os países com maior distribuição de startups ativas. O Brasil lidera o ranking (83%), seguido pela Argentina (5%), México (4%), Colômbia (4%) e Chile (3%). Em relação aos estados brasileiros mais representativos, destacam-se São Paulo (41%), Paraná (11%), Minas Gerais (10%), Rio Grande do Sul (10%) e Santa Catarina (7%).
Para conduzir o estudo, foram utilizados dados da ferramenta Startup Scanner, plataforma desenvolvida pela Liga Ventures para identificar e acompanhar dados de startups do Brasil e América Latina. Essa plataforma permite que grandes empresas, pesquisadores e empreendedores compreendam as movimentações do mercado e identifiquem oportunidades de negócios relacionadas à sua atuação.
No dia 30/01, foi realizado um webinar para apresentar e discutir os dados do mapeamento das startups. O debate online foi transmitido no Canal do Sistema CNA/Senar no Youtube. Confira:
Fonte: Instituto CNA