A agroindústria brasileira registrou um salto expressivo em outubro, refletindo o aquecimento do mercado interno e o ritmo elevado das exportações. O Índice de Produção Agroindustrial (PIMAgro), da Fundação Getulio Vargas (FGV Agro), apontou crescimento de 4,2% em relação ao mesmo período de 2023. Com isso, o setor acumulou alta de 2,7% nos dez primeiros meses de 2024, marcando o melhor desempenho desde 2010.
Se mantiver a produção de novembro e dezembro em níveis semelhantes aos de 2023, a agroindústria deverá fechar o ano com a maior expansão em 14 anos, consolidando o crescimento de 2,7%.
Destaques de outubro
- Produtos não alimentícios: O segmento cresceu 7,4%, impulsionado pelo desempenho da indústria de fumo (+23,1%), que compensou as perdas causadas pelas enchentes de abril e maio no Rio Grande do Sul.
- A produção de têxteis subiu 10,7%, enquanto os insumos agropecuários cresceram 8,3%, com destaque para defensivos agrícolas e desinfestantes, que avançaram 29,7%.
- Apesar da recuperação em outubro, a produção de insumos acumula queda de 3,9% no ano devido às margens apertadas no campo e aos impactos climáticos no Rio Grande do Sul.
- Produtos alimentícios e bebidas: Após dois meses de retração, o segmento voltou a crescer, com alta de 1,4% em outubro.
- A produção de alimentos de origem animal avançou 3,8%, enquanto a de origem vegetal teve leve alta de 0,4%, interrompendo uma sequência de três meses de queda.
- Produtos como arroz, conservas, sucos, açúcar e café apresentaram retração, limitando o crescimento da indústria de alimentos de origem vegetal.
- Bebidas: O segmento recuou 4% em outubro, com quedas tanto na produção de bebidas alcoólicas (-5%) quanto não alcoólicas (-2,9%). No acumulado do ano, porém, o setor apresenta expansão de 2,8%.
Perspectivas para 2025
A recuperação de segmentos estratégicos, como o de alimentos e insumos agropecuários, aliada às perspectivas positivas para a nova safra de grãos, cria um cenário otimista para a agroindústria. Ainda que desafios, como a oscilação climática e os custos de produção, permaneçam no radar, o setor se encaminha para consolidar um dos melhores desempenhos das últimas décadas.