Assim como a produção, a demanda por produtos industrializados e alimentos também cresceu em 2018, segundo perspectivas do presidente da SIILHalal – Serviço de Inspeção Islâmica e especialista em mercado Halal, Chaiboun Darwiche.
“Tivemos um índice expressivo nas exportações, principalmente carne bovina e de frango para os Países do Golfo, da Liga Árabe e demais países no mundo onde há presença de muçulmanos, como na Europa. Mas, também cresce o volume e consumo de produtos industrializados no Brasil com selo Halal como café, biscoitos, massas, doces, etc.”, comenta Darwiche.
A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgou um relatório de perspectivas econômicas e destaca que, para 2019, o crescimento do PIB global vai avançar 3,5%.
“Analisando esse estudo e, sobretudo, a retomada da economia brasileira, estimo uma projeção de exportação de crescimento de 10% para o próximo ano”, comenta.
Conforme dados divulgados pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), só no mês de novembro as exportações chegaram a US$ 12,233 bilhões, com um saldo comercial positivo de US$ 4,562 bilhões. No ano, as vendas externas estão em US$ 211,313 bilhões, o que mais uma vez aponta a retomada da economia brasileira no cenário global.
Para Darwiche, como existem mais de um bilhão de muçulmanos economicamente ativos no mundo, há um forte potencial de mercado e, um avanço que pode impulsionar a economia brasileira.
Exportações de carne
Levantamentos da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) apontam que as exportações de carne de frango totalizaram em outubro de 2018, 366,3 mil toneladas, volume que supera em 0,4% as exportações realizadas no mesmo mês do ano passado, com 364,3 mil toneladas.
Já a exportação de carne bovina brasileira também cresceu: foram 11,1% entre janeiro e julho de 2018, chegando à casa dos US$ 3,5 bilhões.
Os números divulgados pelo Sistema de Estatísticas de Comércio Exterior do Agronegócio Brasileiro, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, também comprovam esse crescimento: foram vendidas 844 mil toneladas de proteína bovina, 8,3% a mais que no mesmo período do ano passado.
O país que mais comprou o produto brasileiro foi Hong Kong, com transações de US$ 879 milhões, seguido da China, com 158 mil toneladas de carne bovina, além de Egito, Chile, Irã e Estados Unidos.