A Rússia é um importante mercado para a suinocultura catarinense e responde por 39,6% do total exportado pelo estado este ano. De janeiro a outubro, Santa Catarina embarcou 92,6 mil toneladas para a Rússia, faturando mais de US$ 246 milhões. Devido a essa representatividade, Santa Catarina se posicionou sobre as consequências da da suspensão da importação de carne suína produzida no Brasil por aquele mercado. O Estado enfatizou que a carne catarinense é extremamente confiável e disse estar preparado para queda nas vendas para a Rússia.
“Nós demoramos muito para conquistar os mercados que temos hoje e tomamos todo cuidado para atender todas as exigências internacionais. Estamos ansiosos por mais informações para que possamos averiguar a denúncia da Rússia”, comentou o secretário de Estado da Agricultura e da Pesca, Moacir Sopelsa.
Segundo a secretário, normalmente já há uma queda nas vendas para a Rússia a partir de novembro, por ser início do inverno, os portos russos congelam e praticamente não acontecem mais embarques de carnes para o país. As vendas então retornam em fevereiro.
“Nossas indústrias estão preparadas para a diminuição nas vendas para a Rússia nesse período e, com o aquecimento na economia brasileira, nossa expectativa é ampliar as vendas no mercado interno. Mas é importante esclarecer que o Estado ainda não recebeu nenhuma notificação das autoridades russas sobre a suspensão de importação e nem mesmo sobre a contaminação nas carnes vendidas”, afirma Sopelsa.
Até o momento as autoridades russas não divulgaram a origem da carne contaminada com ractopamina, nem os exames laboratoriais que comprovam a presença da substancia, esclarece o governo do Estado.
Na tarde desta terça-feira (21/11), o Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Ministério da Agricultura solicitou ao Serviço Federal de Vigilância Veterinária e Fitossanitária da Rússia que envie os certificados do serviço de inspeção e os laudos laboratoriais indicando a presença do estimulante de crescimento para que, assim, possa fazer uma investigação interna. Os documentos já estão sob posse da embaixada brasileira em Moscou e devem ser enviados ao Brasil ainda hoje (22/11).