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Economia

Agropecuária caminhará no sentido contrário ao da economia em 2016, avalia Faeg

Carnes tiveram um desempenho médio, em relação aos outros produtos, com um crescimento em torno de 2% e também um pequeno crescimento no volume exportado.

Agropecuária caminhará no sentido contrário ao da economia em 2016, avalia Faeg

O ano de 2016 será mais um em que o setor agropecuário caminhará no sentido contrário ao da economia brasileira, embora com menor crescimento em relação a 2015.

“O segmento se manterá com taxa positiva entre 1,0% a 1,5% de crescimento de seu Produto Interno Bruto (PIB), enquanto a economia como um todo já acumula um decréscimo, até outubro do ano passado, na ordem de 3,2%, com tendência de agravar mais ainda”, avalia José Mário Schreiner, presidente do Sistema Faeg/Senar (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Goiás e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural da região).

“Ainda estamos plantando a primeira safra, em meio a um maior risco climático, em comparação com anos anteriores, devido às condições atípicas do El Ñino, e às inseguranças quanto ao comportamento do câmbio, que vem sustentando bons preços internos, uma vez que os preços externos, em dólar, estão bem aquém das médias históricas”, destaca Schreiner, que também é vice-presidente diretor da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

Para ele, “as perspectivas ainda são boas, principalmente para a soja e o milho, dado aos grandes volumes já vendidos antecipadamente”. “Acreditamos que deveremos, pelo menos, manter, ou até ter um pequeno crescimento no volume total da produção e no valor do PIB do setor.”

Destaques de 2015

Ao ser questionado sobre quem ganhou e quem perdeu espaço no campo, em 2015, o presidente da Faeg destaca que, “considerando toda a produção rural, grãos e carnes, soja e  milho foram os que apresentaram maior crescimento de produção, 12% e 6%, respectivamente”. “Já nas exportações, o milho foi o produto com maior crescimento e deverá fechar o ano com cerca   42% a mais,  totalizando cerca de 29,5 milhões de toneladas, batendo o recorde de 2013, quando foram exportadas 26,2 milhões de toneladas.”

De acordo com Schreiner, os produtos de pior desempenho foram café e feijão, com redução de 6% e 8%, respectivamente. “Já as carnes tiveram um desempenho médio, em relação aos outros produtos, com um crescimento em torno de 2% e também um pequeno crescimento no volume exportado.”

Gargalos

Apesar do cenário positivo, ele aponta o principal gargalo, no caso dos grãos: a logística de estocagem e a movimentação da produção, ou seja, poucos armazéns nas propriedades rurais e ausência de melhorias e ampliação das malhas rodoviária, ferroviária e hidroviária.

“Precisamos também da implementação de um modelo de seguro que estabilize a renda do produtor rural.”

Já em relação à produção pecuária, tanto bovino de corte e leite, como na de animais de pequeno porte, “além da infraestrutura. a comercialização e a melhoria da qualidade dos produtos são muito importantes para a conquista de novos mercados”, afirma Schreiner.

Assistência Técnica

Na visão do presidente da Faeg, 2016 será o ano da assistência técnica, “já que só assim os produtores conseguirão atingir todo o potencial produtivo e enxergar a crise, que assolou o país em 2015, pelo retrovisor”.

Conforme a Federação de Agricultura de Goiás, completam a lista de desafios para este ano a implantação e consolidação da Política Agrícola Plurianual; a realização de melhoria de infraestrutura ferroviária (formas de concessão), portuária e rodoviária; a modificação do sistema de armazenagem e de fornecimento de energia elétrica; e a reestruturação dos fundamentos da economia.

Ainda segundo a Faeg, estima-se que em 2016 ocorra um crescimento da produção de grãos, com aumento de 5,7%, passando de 19,7 milhões para 20,8 milhões de toneladas. Também deve registrar alta de 1,% na área plantada e 12% na produção de soja. Prevê ainda uma pequena redução na área e estabilização na produção de milho.

Na pecuária, avalia a entidade, estima-se a ampliação do mercado mundial para bovinos, suínos e lácteos, além de um pequeno aumento para o setor de aves. Já o mercado interno deve se apresentar fraco devido à pressão sobre a demanda e a crise econômica interna.