A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) aceitou o pedido de reconhecimento do Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro) de São Paulo, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), como referência internacional em diagnóstico de influenza aviária (gripe aviária) e doença de Newcastle. Isso significa que todas os diagnósticos feitos pelo laboratório terão validade mundial, o que dispensará o envio de amostras para outros países.
A solicitação, encaminhada pelo Mapa, será votada em maio deste ano pela assembleia mundial da OIE. A expectativa é o pedido seja aprovado pelos 180 países-membros da instituição.
“Essa conquista não é apenas do Mapa, mas também de toda a sociedade brasileira, especialmente do setor avícola”, destacou o secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Luís Rangel. “Não há dúvidas de que o tamanho da avicultura brasileira e sua importância para a economia do país justificam a existência de um laboratório de referência mundial para o diagnóstico da doença de Newcastle e influenza aviária no Brasil.”
Nos últimos anos, o governo federal investiu cerca de R$ 4 milhões por ano para manutenção de atividades da unidade de sanidade aviária, além de aquisição de equipamentos. Em 2006, por exemplo, foram aplicados mais de R$ 1,2 milhão em equipamentos para implantação do laboratório de biologia molecular. A obra do novo laboratório teve um custo aproximado de R$ 27 milhões.
Hoje, não há laboratório algum de referência em influenza aviária e Newcastle na América Latina. De acordo com Rangel, a partir de agora, os país latinos passam a contar com um centro de referência mais próximo.
A doença causada pelo vírus influenza é contagiosa e atinge aves silvestres (aquáticas principalmente) e domésticas. O diagnóstico da influenza aviária e da doença de Newcastle, ambas enfermidades de notificação obrigatória, baseia-se em sinais clínicos, aspectos zootécnicos e resultados de análises laboratoriais.
O Brasil é considerado livre de influenza aviária. Segundo o Departamento de Saúde Animal, o monitoramento constante dos plantéis avícolas, a notificação de qualquer caso suspeito e a adoção de medidas de biosseguridade são indispensáveis à prevenção e detecção precoce dessas doenças.