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Insumos

Além da liberação de crédito, suinocultores do Paraná pedem venda de milho balção

Em tempos de elevado custo de produção e preços de comercialização ruins, suinocultores paranaenses aguardam liberação de crédito emergencial para retenção de matrizes

Além da liberação de crédito, suinocultores do Paraná pedem venda de milho balção

Além da liberação de crédito para retenção de matrizes, a expectativa dos pequenos e médios suinocultores é que o governo, por meio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), libere um montante de milho para ser comercializado no balcão, já que essa commodity está com preços bastante elevados. Apenas pelos leilões os pequenos produtores não conseguem acesso facilmente ao insumo, que corresponde a 70% na composição da ração dos animais. “Essa é outra demanda que está em nossa pauta”, salienta o presidente da Associação Paranaense de Suinocultores (APS), Jacir José Dariva.

Segundo o Deral, a saca de 60 quilos fechou fevereiro na casa dos R$ 32, alta de 33,2% em comparativo aos R$ 24,34 de dezembro do ano passado. Entretanto, a realidade é que os suinocultores estão com muita dificuldade de adquirir o cereal com as cooperativas, que cobram valores acima dos R$ 40 tranquilamente. “No Oeste e Sudoeste já atingimos a marca dos R$ 45 para a saca. O preço da carne está em até R$ 3,30 o quilo, enquanto o custo de produção já chegou a R$ 3,80. Para sairmos do sufoco, temos que rezar para que o suíno suba para pelo menos R$ 3,60 e que a safra de milho safrinha seja intensa”, explica Dariva.

Suinocultor em Cambé, Divaldo Pizaia possui 120 matrizes e produz em torno de dois mil animais por ano. Ele comenta que está com dificuldade de adquirir milho para alimentar os animais e pagou na última vez, com o frete, o valor de R$ 41,50 na saca. “O ideal é que o quilo da carne chegasse a R$ 4,50. Ainda estou conseguindo um preço bom pela produção porque meu filho vende na ponta, mas ainda estamos pagando para produzir. O custo para mim está na casa dos
R$ 3,70″.

Perguntado se captaria recursos para manter suas matrizes, Pizaia não tem dúvidas: existe grande possibilidade. “Apesar das instituições financeiras dificultarem demais a liberação desse tipo de crédito, tenho interesse. O problema é que até essa linha (de empréstimo) chegar ao banco, muita coisa já pode ter acontecido. No meu caso, precisaria de pelo menos R$ 50 mil. Caso contrário, não compensa todo o trabalho”.