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Meio Ambiente

UE aumenta uso de óleo de palma como biocombustível, impulsionando o desmatamento

O óleo de palma produzido em plantações tropicais se tornou um importante biocombustível para veículos na União Europeia (UE), impulsionando o desmatamento, segundo dados da indústria divulgados na terça-feira por um grupo ambiental.

UE aumenta uso de óleo de palma como biocombustível, impulsionando o desmatamento

O óleo de palma produzido em plantações tropicais se tornou um importante biocombustível para veículos na União Europeia (UE), impulsionando o desmatamento, segundo dados da indústria divulgados na terça-feira por um grupo ambiental.

Em 2014, quase metade do óleo de palma utilizado na Europa foi destinada aos tanques de carros e caminhões, de acordo com dados compilados pela associação industrial Fediol e obtidos pela ONG belga Transport & Environment.

O óleo de palma é o segundo produto mais utilizado como biocombustível nos países da UE, atrás apenas da colza, e seu uso foi multiplicado por seis entre 2010 e 2015, contribuindo para o aumento de 34% no consumo de biodiesel durante esse período.

O óleo de palma também é encontrado em alimentos, ração animal e cosméticos, mas o uso nesses setores caiu na Europa, em parte devido à pressão de grupos ambientalistas ante as grandes corporações.

Até agora, não se sabia como era a distribuição do óleo de palma entre os produtos na UE.

“Agora sabemos por que a indústria não está divulgando esses números”, disse Jos Dings, diretor-executivo da Transport & Environment.

“Eles mostram a verdade crua da política de biocombustíveis da Europa, que impulsiona o desmatamento tropical, aumenta as emissões dos transportes e não faz nada para ajudar os agricultores europeus”, disse Dings em um comunicado.

Regras estabelecidas em 2009 exigem que 10% da energia para o transporte em todos os países da UE provenham de fontes renováveis até 2020 – o que, na prática, significa aumentar o uso de biocombustíveis, já que os veículos elétricos representam uma percentagem insignificante no setor dos transportes.

Apesar de renováveis, o impacto ambiental dos chamados biocombustíveis de “primeira geração” – principalmente os óleos de colza, palma, girassol e soja – é de fato maior que o dos combustíveis fósseis, já que o desmatamento é incluído nessa conta, mostraram pesquisas recentes.

Produzido principalmente na Malásia e na Indonésia, o óleo de palma gera três vezes mais emissões de gases de efeito estufa por unidade de energia do que o diesel, de acordo com uma análise recente.

O desmatamento de todas as fontes é responsável por cerca de 12% dos gases de efeito estufa que impulsionam o aquecimento global.