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Exportação

Grandes exportadores de carnes do Brasil almejam abertura de mais mercados

Estamos dando passos no caminho certo, mas ainda acessamos muito pouco os mercados consumidores.

Grandes exportadores de carnes do Brasil almejam abertura de mais mercados

As carnes produzidas no Brasil ainda têm pouco acesso a grandes mercados consumidores, apesar de aberturas recentes concretizadas por autoridades brasileiras, disseram nesta quarta-feira os dois principais executivos do setor no país.

“Estamos dando passos no caminho certo, mas ainda acessamos muito pouco os mercados consumidores”, disse o presidente-executivo da JBS, maior produtora global de carnes, Wesley Batista.

Ao lado dele, no palco de uma conferência do setor realizada em São Paulo, o presidente da BRF, maior exportadora de carne de frango do Brasil, Pedro Faria, tinha discurso semelhante.

“O crescimento (de consumo) vai acontecer mais em mercados onde o Brasil ainda não tem acesso”, disse o executivo.

As declarações ocorrem em um momento em que o Ministério da Agricultura comemora a abertura ou reabertura de diversos mercados, principalmente para carnes bovina e de frango.

Malásia, Paquistão e Mianmar passaram a aceitar importações de carne de frango do Brasil este ano.

Contudo, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), as liberações levaram tempo demais: seis anos no caso da Malásia e sete anos no caso do Paquistão.

O Brasil é exportador habilitado para 158 países atualmente, mas ainda há uns poucos e relevantes destinos que ainda não compram carne de frango brasileira.

“Em carne de aves a gente chegou num limite, e agora é só pedreira”, disse o presidente da ABPA, Francisco Turra, referindo-se a mercados onde a negociação tem se mostrado bastante complicada nos últimos anos.

A Indonésia, país de maioria muçulmana com quase 250 milhões de habitantes, é um dos destinos mais desejados.

“A abertura do mercado da Indonésia continua sendo uma realidade distante”, lamentou Faria, da BRF, ressaltando que o Brasil vem perdendo participação no mercado global de exportação de carne de frango.

Para Turra, o país (maior exportador global) precisa se empenhar ainda mais em novos acordos comerciais, inclusive bilaterais.

“O Brasil… é um país isolado, é uma vergonha”, disse.

BOVINOS

Nos últimos meses, o governo brasileiro realizou ofensiva no exterior e conseguiu destravar restrições à importação de carne bovina na China –para onde os embarques começaram há poucos meses– e nos Estados Unidos, mercado que ainda em 2015 poderá a voltar a comprar carne in natura, após 15 anos de embargo.

O Ministério da Agricultura sinalizou, há algumas semanas, que também está adiantado um acordo para exportar em breve carne bovina processada e in natura para o Japão, um importante mercado consumidor.

Na prática, contudo, o Japão continua fechado, assim como a Coreia do Sul, outro grande mercado consumidor.
O México, grande importador de carne bovina dos EUA, foi outro mercado citado pelos executivos como bastante desejado.

Para Batista, da JBS, é importante o Brasil se preparar para conseguir aproveitar um novo ciclo de aumento expressivo da demanda por alimentos que está começando, com a melhoria do poder aquisitivos e dos hábitos de consumo de muitos consumidores, notadamente na Ásia.

“Temos que abrir mercados e cuidar para sermos mais competitivos”, disse o executivo.