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Workshop Ambiental

Suinocultura do Vale do Piranga dá mais um passo em direção ao desenvolvimento sustentável

Evento foi uma forma de aprimorar conceitos e técnicas dos produtores para reduzir impactos ambientais.

O Vale do Piranga ocupa posição de destaque no mapa da suinocultura brasileira. O setor, a cada dia, se profissionaliza e investe decididamente em novas tecnologias, mas, atado ao crescimento, emergem preocupações ambientais. A boa notícia é que já se foi o tempo em que desenvolvimento era sinônimo de impacto. Hoje o setor caminha em passos largos rumo ao avanço social e ecológico.

Em busca desse desenvolvimento sustentável no Vale do Piranga, a Assuvap e a Secretaria do Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD), realizaram, em 29/7, o Workshop Ambiental, boa oportunidade para a troca de informações entre produtores, estudantes, técnicos e consultores ambientais.

O evento, que aconteceu na sede da Assuvap, em Ponte Nova, também possibilitou a capacitação técnica dos fiscais, analistas de meio ambiente e policiais militares, abordando temas como alternativas de tratamento e utilização de efluentes na suinocultura. Grande passo para alcançar um setor produtivo e sustentável, em que os benefícios da atividade para a sociedade, não necessariamente, majorem impactos negativos ao meio ambiente.

Heitor Soares Moreira, Superintendente de Fiscalização Ambiental Integrada do SEMAD, classifica o evento como uma oportunidade diferenciada para aproximação entre produtores e Estado, contribuindo para a integração técnica e trabalho em conjunto. “Com esta ação os produtores tem a ciência do que a legislação aborda e quais as regras, assim eles podem se preparar para atender. O evento também abriu espaço para que os produtores exponham as suas ideias, o que é aplicável na realidade das granjas e o que podemos melhorar”, afirmou.
O Analista Ambiental da SEMAD, Adhemar Ventura de Lima, compartilhou a ideia de que produção e meio ambiente devem caminhar lado a lado e a sustentabilidade colocada em primeiro lugar. “Para a cadeia de produção de suínos, o seminário foi importante para que os produtores tenham conhecimento sobre como mitigar os impactos da atividade, e, além disto, agregar o efluente produzido as receitas da atividade, como nos casos dos biodigestores e fertirrigação”, completou.

Palestras
O público de mais de 70 pessoas acompanhou cinco palestras, ministradas por especialistas, e participou de debate, expondo opiniões e perguntas sobre cada tema destacado.

A primeira palestra aconteceu logo após o cerimonial de abertura, sobre “Sistema de Produção de Suínos”, onde o médico veterinário Frederico Soares, explicou, de forma geral, o processo dentro de uma granja. Em seguida, o professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Luciano Rodrigues, ministrou a palestra sobre “Sistemas e tecnologias disponíveis para o tratamento de efluentes de suinocultura”. A terceira ficou a cargo do técnico da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Evandro Barros, que falou sobre “Avaliação de impactos ambientais na atividade da suinocultura, a utilização de dejetos para adubação e seus aspectos agronômicos e ambientais”.

No segundo bloco, após o intervalo, o público conheceu melhor os conceitos da campanha “Escolha + carne suína”, criada pela ABCS, através de vídeo demonstrativo. Em seguida acompanhou a palestra “Monitoramento ambiental da atividade, as experiências ambientais no estado de Santa Catarina e os desafios da suinocultura mineira”, ministrada pelo também técnico da Embrapa, Jorge Tavares. A última palestra aconteceu no fim da tarde, onde Juliano Freitas, proprietário do Laboratório Micra, apresentou os “resultados do primeiro ano do Projeto de Monitoramento das águas da Bacia do Rio Piranga” (Os slides das palestras estarão disponíveis no nosso site, em breve).

Segundo o diretor de Meio Ambiente da Associação dos Suinocultores de Minas Gerais (Asemg), Manoel Teixeira, as palestras foram oportunidade para discussão de todas as dificuldades que os suinocultores encontram para realizar um trabalho correto. “Eu parabenizo a direção da Assuvap pela programação e o processo de aprendizado, que reflete na qualidade dos suínos produzidos na Zona da Mata. Como associado, fico na expectativa da continuidade deste programa”, concluiu.

Workshop e os 30 anos da Assuvap
O evento ainda coincidiu com a data do trigésimo aniversário da Assuvap. A presidente da instituição, Patrícia Morari, durante a abertura, destacou as três décadas de realizações e conquistas que transformaram a cadeia suinícola do Vale do Piranga. “Trabalhamos na constante busca para trazer ao produtor os mais novos conceitos e tecnologias que visam à produção de carne com qualidade e sem impactar o meio ambiente. Este evento é um importante passo para alcançarmos um setor ainda mais produtivo e sustentável, reunindo especialistas para debater o futuro da nossa suinocultura”, completou.

Segundo Heitor Moreira, a parceria com a Assuvap é uma forma de buscar maior eficiência no trabalho da SEMAD. “Assuvap é a representatividade de vários suinocultores, então a partir do momento que trabalhamos em conjunto, analisamos uma situação como um todo e não individual de um produtor. Quando vemos a palavra da Associação em buscar uma melhora, sabemos que estamos aprimorando para vários produtores, e não para um único”.