Os cerca de 200 mil hectares que não serão utilizados para o plantio de trigo têm destino certo. A maioria dos produtores paranaense que reduziu ou abandonou o cereal está optando pelo milho. A justificativa é que a cultura, cotada atualmente a R$ 22,8 a saca de 60 quilos, garante melhor arrecadação. O trigo chega a R$ 24,6 por saca, mas rende metade do volume alcançado com o milho.
“O milho é um produto caro e que dá trabalho, mas está pagando bem”, destaca Fernando Fagundes do Santos, produtor da região de Campo Mourão.
O crescimento do milho no inverno vem sendo registrado ano após ano, principalmente nas regiões Noroeste, Norte e Oeste do estado. No ritmo atual, o cultivo tende a passar de 1,9 milhão de hectares, área recorde para estação, mais de 10% maior que a de 2011. Em algumas microrregiões, o trigo estaria desaparecendo.
Onde não se planta milho de inverno, alguns produtores têm optado por outras culturas. Na região de Guarapuava, a aposta é na cevada para cobrir os campos durante o inverno. A explicação está no fato da cooperativa Agrária, localizada em Entre Rios, ter uma maltaria, o que garante resultados maiores aos cooperados. As culturas características de inverno, incluindo aveia, canola, centeio e triticale, não chegam a 300 mil hectares no Paraná.