O frigorífico Riosulense, sediado em Rio do Sul, Santa Catarina, confirmou ter trazido de volta para o Brasil caminhões que estavam na fronteira com a Argentina aguardando liberação do governo do país vizinho para liberação de cargas de carne suína. O gerente comercial do Riosulense, Cleiton Pamplona, em entrevista à Agência Estado evitou dar detalhes sobre volumes que deixaram de ser exportados pela empresa desde o dia 1º deste mês, quando entraram em vigor as restrições impostas pelos argentinos às exportações brasileiras. Mas ele reconhece que haverá prejuízo nas operações com a Argentina.
Desde o início de fevereiro o governo argentino suspendeu as licenças automáticas e aumentou as exigências burocráticas, como apresentação de declaração juramentada junto à Receita Federal e envio de e-mail à Secretaria de Comércio Exterior para liberação das cargas por parte do importador argentino. Pamplona diz que as informações sobre os negócios são dados confidenciais da empresa e observou que as restrições afetam todos os produtos brasileiros exportados para o mercado argentino.
Segundo informações de mercado, a paralisação de caminhões na fronteira se deve ao fato de os argentinos estarem proibindo a entrada de cortes nobres de suínos, como pernil, e liberando apenas os “retalhos” que são utilizados na fabricação de embutidos pela indústria local.
Em janeiro, quando não havia restrição ao comércio, as exportações brasileiras de carne suína a Argentina cresceram 21,2% em volume (para 4,27 mil toneladas) e 32,87% em receita (para US$ 13,9 milhões), com aumento de 9,61% no preço médio (para US$ 3,27 mil por tonelada). Os dados são do Ministério da Agricultura.