Com um aumento de 0,03 centavos, o preço pago pelo suíno vivo no Rio Grande do Sul alcançou o recorde de 2012, com R$ 3,09 – o maior valor pago no ano. O setor, que enfrenta uma extensa crise, vem se recuperando gradualmente, porém, na região do Médio Alto Uruguai, o valor ainda não chegou ao patamar dos R$ 3,09. De acordo com Nilton Albarello, da Suinocultura Albarello, de Palmitinho, a empresa está recebendo cerca de R$ 2,80 ao quilo do suíno vivo, o que acaba equilibrado com o preço de custo, não gerando prejuízos e dando fôlego para o setor.
Albarello explicou que há cerca de 60 dias o setor suinícola está apresentando melhora significativa, entre outros motivos, em virtude do aumento do consumo e pelo milho da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) que o governo federal liberou para os produtores, mas acredita que a ajuda foi tardia. A crise fez com que a Suinocultura Albarello diminuísse em 20% a produção, e a ideia agora é manter o plantel e recuperar o prejuízo. “Esta fase se estendeu por muito tempo e o governo esperou que se agravasse demais para dar uma ajuda aos produtores. Agora temos que tirar o atraso do que já foi perdido”, afirmou.
Exportações aumentam
Em agosto, uma comitiva russa esteve no Brasil visitando frigoríficos. Na última semana, o relatório foi enviado para o Ministério da Agricultura e não trouxe grandes avanços. O documento mantém o embargo e destaca pendências antigas, como as diferenças entre os seus processos e os adotados no Brasil.
Mesmo com o embargo russo e argentino, as exportações brasileiras de carne suína tiveram significativa elevação em valor e volume, comparados ao mesmo período do ano passado. Com isso, as receitas alcançaram US$ 1,082 bilhão de janeiro a setembro deste ano.
A expectativa é que a partir de 2013, o Japão inicie as importações de carne suína catarinense, já que o Estado é reconhecido como livre de febre aftosa, sem vacinação após cinco anos de negociações com o Ministério da Agricultura. Os japoneses são os maiores compradores mundiais do produto, importando US$ 5,2 bilhões em 2011.
Merenda obrigatória
Transita na Câmara dos Deputados um projeto de lei que pretende tornar obrigatória a carne suína nos cardápios das refeições fornecidas pelo programa de alimentação escolar nas escolas públicas, pelo menos uma vez na semana. A proposta altera a Medida Provisória, que dispõe sobre o repasse de recursos financeiros do Programa Nacional de Alimentação Escolar.
A justificativa para esta inclusão vai desde a importância da ingestão de proteína animal de qualidade e saudabilidade da carne, até a necessidade de políticas públicas para aumentar o consumo de carne suína no Brasil. A intenção é também propiciar melhor qualidade de vida aos estudantes e oferecer aos produtores garantia de escoamento da produção