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Ferrugem no MT

Aumento do foco de ferrugem no Estado do Centro-Oeste brasileiro pode comprometer a safra da oleaginosa.

Ferrugem no MT

Sojicultores de Mato Grosso foram alertados pela sua associação produtiva e o Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea) quanto aos “indicadores” do aumento dos focos da ferrugem asiática nos campos em plena colheita.

Entre novembro do ano passado e 24 de janeiro foram coletadas pelo consórcio Antiferrugem 2.692 amostras, das quais 195 (7,2 por cento) tiveram focos confirmados. Na passagem da safra 2008/2009 foram 1.925 pontos de coleta nas propriedades e 30 ocorrências (1,5 por cento).

A tendência resultará em até “uma vez o número de aplicação” de fungicida, relatou à Reuters na segunda-feira o gerente técnico da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja), Luiz Nery Ribas.

A média de aplicação de produtores de Mato Grosso é de 2,5 a 2,6 vezes na lavoura.

“É uma pressão por causa da colheita”, diz. “Esses números são indicadores. São um alerta para o produtor essa recomendação”, confirma.

Eventual pressão da ferrugem pode impactar a safra prevista de 18,22 milhões de toneladas, cuja colheita está em andamento em Mato Grosso. Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA), em todo o Estado já foi colhido 6,5 por cento da área de 6,07 milhões de hectares (396 mil hectares) da safra 2009/2010 na terceira semana de janeiro, encerrada no dia 21, segundo relatório desta segunda-feira.

Na região Oeste de Mato Grosso, principalmente em Sapezal, a colheita tem maior avanço, com 18 por cento do total (67 mil hectares), de acordo ainda com o IMEA.

Além da ferrugem, outra preocupação dos sojicultores de Mato Grosso é a constante queda na cotação da commodity.

Um dos maiores municípios produtores de soja do Brasil, Sorriso, registra queda de 29 por cento no preço da oleaginosa se comparado com valor há um ano (28,30 reais a saca).

Segundo o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Famato), Rui Prado, o problema é o câmbio.

“Historicamente a cotação de Chicago não está baixa”, lamenta. “Dia 15 de janeiro vi negócio realizado a 36 reais a saca em Campo Novo do Parecis”. Na quarta-feira, a cotação atingiu 29 reais.

O levantamento semanal do IMEA aprofunda a análise de perda. Em Rondonópolis, “a saca de soja fechou a semana cotada a 30,70 reais, sendo que há um ano quem vendesse o produto na cidade receberia 12,30 reais a mais”, relata boletim da instituição.

Há cinco dias tem chovido na região Médio Norte de Mato Grosso, principalmente nas cidades de Lucas do Rio Verde, Nova Mutum e Tapurah, segundo o produtor Neri Geller, que iniciou colheita no final de semana.

Em meados de janeiro os produtores de cana de açúcar também foram alertados sobre a doença, que no caso da cana pode provocar perdas de 300 milhões de reais por ano.