A visita do presidente da China, Hu Jintao, ao Brasil nesta semana deve contribuir para o processo de abertura daquele mercado às carnes suína e bovina do país. Na quinta ou na sexta-feira, o ministro responsável pela habilitação de frigoríficos, Wang Yong, deve se encontrar com o ministro da Agricultura, Wagner Rossi.
A expectativa é de que questões práticas sejam resolvidas para acelerar os embarques dos produtos brasileiros.Segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, a indústria exportadora de suínos recebeu do governo federal o compromisso de incluir a habilitação de frigoríficos brasileiros na pauta do encontro bilateral. Em dezembro passado, a China reconheceu as regiões livres de febre aftosa no Brasil, o que significa que o obstáculo sanitário para as exportações foi vencido. Agora, é preciso agendar a visita de uma missão chinesa ao país para a análise dos frigoríficos pré-aprovados a exportar carne suína para a China. Segundo o presidente da Abipecs, 25 unidades já foram selecionadas previamente.
País comprador não decidiu a vinda de uma missão
Camargo Neto, que esteve na China em fevereiro, disse que, na ocasião, representantes chineses marcaram uma visita ao Brasil para o final de maio.
O diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne (Abiec), Otávio Cançado, também acredita que a visita de Yong ao Brasil pode contribuir para acelerar o processo de liberação dos frigoríficos brasileiros aptos a exportar carne bovina para a China. Em fevereiro, o país asiático reconheceu 16 Estados brasileiros e o Distrito Federal como áreas livres de febre aftosa, o que possibilitará as exportações de carne in natura diretamente para o mercado chinês. Hoje, a carne brasileira entra na China via Hong Kong.
“Não temos frigoríficos habilitados ainda”, explica Cançado.
A China ainda não definiu se agendará uma missão ao Brasil para visitar os frigoríficos brasileiros ou se reconhecerá as unidades aptas a exportar por equivalência do sistema. Nesse último caso, a China habilitaria as unidades indicadas pelo governo brasileiro. Yong deve receber, durante essa visita ao Brasil, uma lista com nomes de 18 a 20 frigoríficos brasileiros que estariam aptos a realizar esses embarques.
A boa esperança
Em estágio mais avançado está a carne de frango. A China abriu mercado para o Brasil em maio do ano passado, e os embarques foram efetivamente liberados em agosto. No primeiro bimestre de 2010, a China importou 12,6 mil toneladas de carne de frango do Brasil e é considerada “uma boa esperança” pelo setor para este ano.