Paraná, Goiás e Mato Grosso voltaram a contribuir para o bom desempenho da safra de grãos no país, ajudando a superar em 8,7% a expectativa de recorde da maior colheita da história no setor agrícola. Segundo os dados divulgados ontem, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o resultado do oitavo levantamento do ciclo 2009/2010 aponta uma estimativa de 146,87 milhões de toneladas de grãos, ou seja, 11,5 milhões a mais que os 135,13 milhões de toneladas da última safra. Em 2010, o Paraná deverá superar Mato Grosso e voltar a ser o principal produtor de cereais, leguminosas e oleaginosas do país.
No Paraná, a safra estimada é de 31,32 milhões toneladas. Para o secretário de Agricultura e do Abastecimento, Erikson Chandoha, as previsões confirmam os trabalhos realizados pelo Governo do Estado, produtores, técnicos e cooperativas em favor da agricultura paranaense. “Temos uma importante e estreita ligação com o setor produtivo, buscando sempre atender e estabelecer novas fronteiras de atuação no setor agrícola”, disse Chandoha, lembrando de alguns dos programas desenvolvidos pelo Estado, como a Irrigação Noturna, Trator Solidário, Fundo de Aval entre outros, que também contribuíram para o desempenho da boa safra.
O diretor do Deral (Departamento de Economia Rural), Francisco Simioni, comentou sobre os dados divulgados pela Conab e que apontam o Paraná novamente como importante produtor de grãos no país, responsável em média por 20% do total da produção nacional. “O clima tem nos favorecido nesta safra, ajudando não só no plantio, como também na possibilidade das colheitas regulares”, explicou.
Soja — A produção nacional de soja deve alcançar 67,86 milhões toneladas, 18,7% a mais que na safra anterior (57,17 milhões de toneladas da safra 2008/09). O Paraná, por sua vez, vai colher 14 milhões de toneladas. A atual safra foi beneficiada principalmente pela chuva.
Milho — O milho segunda safra cresceu 16,8%, totalizando 20,26 milhões toneladas. Somadas a primeira e a segunda safras, a produção deverá atingir 54,18 milhões toneladas, com ganho de 6,2% em relação ao período anterior. O percentual representa 3,18 milhões toneladas a mais. A produção paranaense deverá ficar em 5,8 milhões de toneladas e os agricultores já estão iniciando a colheita. Somando a 1ª e a 2ª safras o Estado deverá colher 12,6 milhões de toneladas, o que corresponde a 23% da produção nacional, mantendo-se como o principal produtor.
Feijão — O feijão primeira safra está com a colheita encerrada, enquanto que o de segunda está ainda no início, com a cultura enfrentando altos e baixos nos últimos anos. Na safra 2007/2008 os preços altíssimos praticados levaram os produtores a aumentar a área de cultivo, e por consequência a produção. Com o excesso de produto colocado no mercado, os preços despencaram levando junto a lucratividade dos produtores e o desestímulo chegou rapidamente.
A área plantada com feijão na chamada segunda safra, 2009/2010, soma 1.686,7 mil hectares, em todo o país. No Paraná, principal produtor, ela é de 185,9 mil hectares, ficando 14,5% menor que a área semeada na safra passada. A estimativa de colheita é de 309 mil toneladas.
No Estado, o plantio do feijão segunda safra foi finalizado e a colheita já atingiu 31% da área. O restante encontra-se nas fases de desenvolvimento vegetativo (5%), floração (10%), frutificação (42%) e em maturação (43%).
A produção de feijão no Brasil, juntando-se as três safras previstas, está estimada em 3.344,7 toneladas, 4,2% menor que a safra anterior. Já a safra paranaense deve ficar em 810 mil toneladas.
Trigo — A pesquisa preliminar sobre a safra de inverno indica que haverá redução na área semeada com trigo. O Rio Grande do Sul e Paraná respondem por 89% do total nacional. A previsão é de que os dois Estados produzam 4,43 milhões de toneladas, ou seja, 86,4% da totalidade no País que deve ser de 5,14 milhões de toneladas. Estão em fase inicial de plantio, além do trigo, as outras culturas de inverno – aveia, cevada, centeio, canola e triticale.
De acordo com os levantamentos do Deral, a área de trigo a ser plantada no Paraná é de 1,1 milhão de hectares, ou seja, 16% inferior à do ano passado, que foi de 1,3 milhão de hectares. “Apesar de uma área menor a previsão de colheita é maior devido as condições climáticas. Estima-se 2,94 milhões de toneladas, o que representa 10% a mais sobre do que a safra anterior”, explicou o chefe da Divisão da Conjuntura Agropecuária do Deral, engenheiro agrônomo Otmar Hubner.