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Produção

Avicultores e suinocultores apostam na estabilidade de produção em 2011

Para agregar mais valor aos seus produtos, produtores devem manter produção, apesar da iminente falta de carne bovina no mercado brasileiro.

Para agregar mais valor aos seus produtos, avicultores e suinocultores apostam na estabilidade de produção para 2011, mesmo diante da iminente falta de carne bovina no mercado brasileiro. Para a Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS), o intuito do setor para os próximos anos é o incentivo ao consumo da carne de porco no mercado interno. Já os criadores de frango miram a abertura de novos mercados de consumo, como a Índia e a Indonésia, para saltar em três anos para a segunda colocação mundial no ranking de produção.

Diante das dificuldades encontradas para avançar na exportação da carne suína produzida no Brasil, associações do setor e governo estudam medidas para os próximos três anos. O objetivo é incentivar o consumo da carne de porco no mercado interno. Segundo a ABCS, serão investidos mais de R$ 9 milhões em campanhas para difundir a importância da carne de porco em sete estados brasileiros. A aposta é que o consumo passe dos atuais 13 quilos consumidos por pessoa ao ano para até 18 quilos em cinco anos.

“Esperamos que a carne suína tenha uma participação maior na mesa do brasileiro. Este ano devemos fechar perto de 14 quilos per capita”, disse Fabiano Coser, diretor executivo da ABCS.

A expectativa para este ano é que a produção de suínos atinja a marca de 3,2 milhões de toneladas, praticamente em linha com a produção de 2009, quando foram registrados 3,19 milhões de toneladas. Já em relação às exportações, Coser não demonstrou o mesmo otimismo e prevê queda de 5%, fechando com 580 mil toneladas de carne suína, ante os 606 mil de 2009. “Não teremos queda na produção de suínos no Brasil. Acredito que vamos fechar o ano com um incremento de 3%, entretanto prevemos uma queda de 5% na exportação desse produto neste ano”, afirmou.

Para o analista Fernando Henrique Iglesias, da consultoria Safras & Mercado, a tendência é que a carne suína ganhe mais destaque na falta da carne de boi. “A tendência é que a carne de porco ganhe mais espaço, e valorização também, os preços também acabarão aumentando”, disse.

Frango

O alto índice de abate de matrizes bovinas, que resultou na queda do volume do rebanho brasileiro, não mudou também os planos dos criadores de frango do País. Segundo a União Brasileira de Avicultura (Ubabef), o frango já possui forte aceitação no mercado interno, passando inclusive os volumes de consumo per capita da carne bovina.

Para Ricardo Santin, Diretor de Mercados da entidade, o setor vem registrando aumentos consistentes nos últimos três anos e a ideia não é elevar a produção vertiginosamente e sim manter uma estabilidade na produção e agregar mais valor ao preço do frango.

A expectativa do setor é fechar o ano com mais de 12 milhões de toneladas de frango produzidas, ante as 10,9 milhões de 2009. Em termos de exportação, a previsão supera 7%, que representa 3,8 milhões de toneladas exportadas.

Para Santin, a intenção nos próximos anos é ampliar as exportações. No caso da China, a ideia é pegar carona no crescimento da classe E. Com a Índia, o Brasil já possui acordo, entretanto as altas taxas de importação inviabilizaram qualquer negócio. A nova aposta fica por conta da Indonésia. “Enviamos um representante à Indonésia para abrir esse mercado. Eles consomem em média 5 quilos de frango por ano. Esse mercado tem mais de 240 milhões de consumidores”.

Para Clever Pirola Ávila, presidente da Associação Catarinense de Avicultura (Acav), a produção brasileira de frangos chegará em 2015 com 13 milhões de toneladas por ano, transformando o País no segundo maior produtor do mundo. “Fomos conservadores ao calcular nosso crescimento, mesmo porque temos que avaliar a rentabilidade. Temos de crescer de forma gradativa.”