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Oeste pode ter IG em suínos

O dia de discussões e conhecimento, trouxe esclarecimentos e encaminhamentos sobre o processo em SC.

Oeste pode ter IG em suínos

O reconhecimento de um produto diferenciado produzido na região Oeste de Santa Catarina, foi o tema do 1º Worshop sobre Indicação para o Oeste de SC – Carne Suína que ocorreu hoje, 29. O evento foi uma iniciativa do Instituto Nacional da Carne Suína (INCS) Embrapa Suínos e Aves, sede do evento e apoio da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS)

A pesquisadora da Embrapa de Brasília, Maria Clara da Cruz, falou sobre as Indicações Geográficas como estratégia de desenvolvimento e agregação de valor, relatou que a certificação é uma forma de definir a origem e procedência dos alimentos e produtos. “Os rótulos e marcas, diminuem algumas deficiências que possa haver na fabricação tornado o produto mais valorizado, além do consumidor ter a garantia que passou por algum controle de qualidade”, diz. O primeiro produto no Brasil que teve a certificação conquistada foi o vinho branco, tinto e espumantes do Vale dos Vinhedos no ano de 2002. O produto tem conquistado o mercado no Brasil inteiro e a União Européia com a produção local. “A expectativa, para os produtores que fazem parte do grupo, é de um ganho de até 80% superior se comparado aos produtos sem o selo de Indicação Geográfica”. Segundo ela, esta região do Brasil tem potencial, produto e qualidade para ser certificada na produção de suínos. Maria Clara diz ainda que é preciso discutir e fazer um acordo entre os produtores e abatedouros para definir as  raças a serem trabalhadas, forma de abate e comercialização.

Raul Pedreira, do Instituto Nacional da Propriedade Industrial, INPI, fez um relato sobre a Construção de um processo de Indicação Geográfica para depósito no INPI, destacando as particularidades dos oito processos aprovados e que estão em vigor no Brasil, em gêneros alimentícios e outros produtos. O último IG aprovado, em agosto de 2010, é sobre a produção de arroz no Litoral Norte Gaúcho que envolve apenas sete agricultores e que oferece um diferencial no produto ao consumidor. Pedreira alerta que o produto certificado, por ter um investimento superior e qualidade diferenciada, também tem um valor agregado e locais específicos para comercialização.

Os números do INCS

O coordenador do Instituto Nacional da Carne Suína, INCS, Wolmir de Souza, diz que o interesse pela certificação da carne suína e derivados dela, vindos de produtores não integrados nas grandes agroindústrias, já vem há algum tempo e esta é uma forma de garantir mercado e remuneração a estes suinocultores. Souza conta que são mais de 12 mil animais abatidos por dia nos pequenos frigoríficos e destes, cerca de 50% são vendidos em forma de carcaça que precisam agregar valor ao produto industrializado. “Anda são cerca de 8 a 10 mil animais por mês que saem vivos de Santa Catarina para serem abatidos em outros estados”,diz, lembrando que o imposto sobre a carcaça é de 7% e no industrializado que requer mais investimentos, é de 17%.

Saindo na frente

A médica veterinária Rosangela Poletto Cattani, que tem mestrado, doutorado e pós doutorado na área de Bem Estar Aplicado, nos Estado Unidos, destacou que o INCS está saindo na frente na iniciativa de certificar uma região na produção da carne suína, “pois hoje é um diferencial aplicado nos produto mas no futuro deve ser uma exigência de outros mercados, o INCS está se adiantando em uma tendência mundial”, revela.