O bife das crianças e o churrasquinho do fim de semana estão pesando mais nas finanças das famílias. A carne bovina está até 20% mais cara do que no mês passado. Supermercados e açougues já remarcam preços.
De acordo com a Associação Catarinense de Supermercados (Acats), é uma questão de sazonalidade. Neste período do ano, os pecuaristas seguram o fluxo de abate e, com menos oferta, o preço da carne tende a subir. Pelo levantamento da entidade, a elevação está entre 15% e 20%. Ao detectar esta tendência, os supermercadistas estão fazendo promoções para outros tipos de carne, como frango e porco. Segundo o açougueiro Otto Manske, a alta varia de acordo com o corte.
“A costela subiu 25%. Está faltando gado. Acho que os preços podem subir ainda mais”, diz o presidente da rede de supermercados Giassi, Zefiro Giassi.
O dono da distribuidora Resplendor, Adílio Fernandes, teme que, até setembro, o preço da arroba possa chegar a R$ 100. Hoje, em Chapecó, SC, o preço da arroba do boi gordo chega a R$ 85.
“Os bifes subiram um pouco menos do que carnes como lombo e costela. Em média, o preço sobe entre R$ 0,30 e R$ 0,40 toda semana. Está mais difícil encontrar carne boa. Se continuar assim, é possível que tenha que aumentar em R$ 0,50 alguns preços nesta semana”, afirma a sócia da Casa das Carnes, Ivonete Masselai.
Segundo o Centro de Estudos em Economia Aplicada (Cepea), o preço subiu por conta do clima seco, que afeta a oferta.
“A alta é normal nesta época, por causa dos pastos secos. Mas desta vez, o preço subiu mais do que em 2009”, explica o pesquisador Sergio de Zen.
O dono do Frigorífico São João, Laércio José Espíndola, vê outro motivo.
“Os preços estão voltando aos níveis de dez anos atrás”.
Substituição por frango é uma opção
Quem quer reduzir o impacto da alta da carne bovina no almoço pode optar pelas carnes brancas. Segundo o dono da distribuidora Resplendor Alimentos, Adílio Joaquim Fernandes, o quilo do frango e do porco subiu menos de 4% nos últimos meses.
“Para compensar os nutrientes da carne vermelha podemos substituir pelas carnes de frango, porco e peixes, que apresentam basicamente os mesmos nutrientes da carne vermelha: proteínas de alto valor biológico, ferro, zinco”, explica a nutricionista Priscila Karnopp.