Redação (20/03/2009) – O frigorífico Marfrig fechou o último trimestre de 2008 com grande melhora na rentabilidade operacional, superando as expectativas dos analistas de corretoras como a Brascan, o Itaú e a Link.
A receita líquida da empresa atingiu 2,9 bilhões de reais, com crescimento de 57,3% sobre o mesmo período do ano passado. O alto crescimento é fruto da compra de ativos do fornecedor de carne OSI pela Marfrig, concluída em novembro de 2008.
Em relatório da corretora Brascan, a analista Denise Messer destaca que a crise internacional reduziu as exportações em novembro e dezembro, mas nos " mercados internos a demanda se manteve, com pequena variação de preços".
A geração de caixa media pelo Ebtida (lucro antes de impostos, amortizações, depreciação e juros) ficou 84,2% acima do esperado pela corretora, atingindo 446,7 milhões de reais, crescimento equivalente a 160,5% quando comparado ao mesmo trimestre de 2007. A margem alcançou 18,6%, com 7,4 pontos percentuais acima do ano passado.
Para a corretora do Itaú, que trabalha de forma independente do banco, esse crescimento foi "forte". A Link considerou o resultado "excelente" levando em consideração o cenário externo e a dificuldade para manter as receitas com exportações.
Apesar dos bons resultados operacionais, o frigorífico encerrou o trimestre com um resultado financeiro negativo de 676,2 milhões de reais. Prejuízo causado pela despesa de 698,6 milhões de reais decorrente do impacto da depreciação do real sobre a dívida denominada em dólar, que representa 81,6%.
A desvalorização cambial do período contribuiu para o prejuízo líquido de 74,3 milhões de reais, comparável a um lucro de 26 milhões de reais no mesmo período em 2007.
Segundo a Brascan, mesmo tendo perdas nos últimos três meses, a melhora nas margens no 4º trimestre de 2008 deve estimular as ações da empresa no curto-prazo. Essa tendência será amparada pela diversificação geográfica da empresa e pela sua diversidade de produtos.
Apesar das previsões otimistas, às 15h, os papéis da Marfrig (MRFG3) fechavam em baixa de 1,15%, para 6,86 reais.