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Proteção à ferrugem asiática vira lei na BA

A doença já trouxe muitos prejuízos aos sojicultores do oeste baiano.

Redação (16/01/2009)- A Bahia vai instituir pela segunda safra seguida o vazio sanitário da soja, entre os dias 15 de agosto e 15 de outubro. Nesse período será proibido plantar soja no território baiano. O objetivo é quebrar o ciclo de reprodução do fungo causador da ferrugem asiática. "Sem o plantio conseguimos eliminar a praga", diz o diretor- executivo da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Alex Rasia.

A ferrugem já trouxe muitos prejuízos aos sojicultores do oeste baiano. Na safra 2002/03, segundo Rasia, a praga destruiu 30% da plantação de soja da região. "Neste ano, o vazio sanitário se tornou obrigatório, mesmo ocorrendo praticamente de forma natural, já que a estação de chuvas é bem definida no oeste." O plantio ocorre em novembro e dezembro e a colheita entre março e abril. "A obrigatoriedade é para evitar polêmicas com outros estados, onde há chuvas", conta Rasia.

No final do mês de janeiro, foi publicada a Portaria 59, pela Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), que implementa o vazio sanitário em todas as safras e obriga os sojicultores baianos a fazerem o cadastro na Aiba. "Quem não se cadastrar não está pensando na coletividade e estará fora da lei."

A única forma do controle da ferrugem, além do vazio sanitário, é a aplicação de fungicida. Estudos da Embrapa Soja apontam que os fungicidas protegem, em média, por 25 dias. "O conhecimento exato da área plantada com soja nos permite maior precisão do monitoramento e controle do fungo", diz a pesquisadora da Fundação Bahia, Mônica Cagnin Martins. O diretor da Aiba diz que com aplicações preventivas outras doenças fungicidas são controladas. "Antes, nossa média não passava de 40 sacas por hectare. Agora, chegamos a 50,6 sacas"

Porém, a previsão nesta safra é de uma produtividade de 45 sacas por hectare. "Trabalhamos com a expectativa de redução de tecnologia", afirma Rasia. A área plantada com soja é de 965 mil hectares, com previsão de colheita de 2,6 milhões de toneladas, quando no ano passado foram colhidas 2,8 milhões de toneladas. "Mas o clima favorável deve fazer com que revisemos as projeções para cima."