A Rússia irá pedir ao Brasil que investigue a origem da carne exportada, já que quer garantir que o produto procedente de Estados embargados não entre no país, afirmou uma autoridade, refutando ainda informações de que o veto contra os Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul estão próximos de cair.
A autoridade também acrescentou que o embargo sobre a carne e ração animal da Argentina pode ser ampliado. A Rússia, maior consumidora de carne do Brasil e da Argentina, proibiu as importações dos principais Estados produtores brasileiros e de um Estado argentino, devido a focos de febre aftosa.
“Hoje estou enviando um requerimento para o serviço veterinário brasileiro para checar se algumas empresas têm de fato capacidade para exportar para a Rússia os volumes de carne que estão oferecendo,” afirmou Sergei Dankvert, chefe do serviço veterinário do país.
“De acordo com nossas informações, eles produzem muito menos.” A Rússia era o principal mercado para a carne bovina e suína do Brasil antes de impor um embargo, no dia 13 de dezembro do ano passado, sobre as compras de oito Estados –Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina–, após a ocorrência de focos de febre aftosa.
Dankvert afirmou que a Rússia recentemente recebeu pedidos de algumas empresas de Estados brasileiros não incluídos no embargo para enviar permissões para embarcar 170 mil toneladas de carne bovina e 250 mil toneladas de carne suína.
“Esses locais não têm condições de fornecer essa quantidade. Parece que esses produtos podem ter vindo de Estados que ainda estão embargados. E não podemos concordar com isso,” disse ele.
Embargo não foi retirado:
Dankvert refutou uma informação divulgada no começo da semana que indicava que a Rússia havia retirado o embargo do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, por supostamente enfrentar um problema de escassez de carne. “Esse anúncio não tem nenhum fundamento,” disse ele. “Não estamos discutindo sobre a necessidade de abrir importações, mas estamos falando sobre a necessidade de estabelecer ordem no comércio.”
Ele acrescentou que a Rússia planeja ampliar o embargo na Argentina, que poderia englobar carne e produtos derivados de toda o país, assim como ração animal, incluindo soja e farelo de soja. “Teremos que examinar tal possibilidade nas duas próximas semanas antes de tomar uma decisão,” disse ele.
Em fevereiro a Rússia proibiu a importação de carne e de ração animal da província argentina de Corrientes. A Argentina anunciou no começo do mês a suspensão de todas as exportações de carne bovina para evitar a alta dos preços internos.