Da Redação 30/04/2004 – 05h00 – O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro deve atingir R$ 537,7 bilhões em 2004, o que representará um crescimento de 5,8% em relação ao ano passado. A estimativa foi calculada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP).
A projeção leva em consideração o crescimento de 0,47% do agronegócio brasileiro em janeiro, que inclui setor primário, insumos, indústria e distribuição. Já o faturamento no campo apresentou queda de 0,5% nos dois primeiros meses deste ano.
No primeiro trimestre, o Valor Bruto de Produção (VBP) dos 25 principais produtos da agropecuária deverá atingir R$ 168,8 bilhões em 2004, contra R$ 169,7 bilhões, em 2003. Segundo a CNA, esse resultado é devido à redução do consumo interno, provocada pela queda na renda média da população.
“A divulgação dos mais recentes índices de inflação mostra queda dos preços dos alimentos. O brasileiro está comendo menos, e isso afetou a renda dos produtores”, afirma Pernambuco.
O setor também sofre impacto da quebra da safra devido a problemas climáticos e a incidência da ferrugem asiática na soja.
Para o chefe do Departamento Econômico da CNA, Getúlio Pernambuco, a queda do faturamento no campo só não foi maior devido ao crescimento das exportações. No primeiro trimestre do ano, as exportações do agronegócio brasileiro somaram 7,8 bilhões, o que representa um crescimento de 36,5%, na comparação com igual período do ano passado.
Segundo Pernambuco, no caso do complexo de soja (grão, farelo e óleo), a renda média do produtor deverá ser maior do que a do ano passado.
“Isso em decorrência na alta dos preços no mercado internacional. No primeiro trimestre deste ano, os preços estão 40% superiores, em relação ao mesmo período do ano passado”, afirma, ressalvando, porém, que alguns produtores realizaram contratos de soja verde, com preços pré-fixados em US$ 9,5 por saca, no ano passado e que atualmente, os preços estão acima de US$ 15 a saca.
Pernambuco explica ainda que a alta nos preços internacionais da soja se deve ao aumento da demanda mundial e queda na produção dos Estados Unidos, o principal produtor. A demanda mundial do produto projetada para este ano é de 172 milhões de toneladas, sendo que no ano passado a quantidade foi 165 milhões de toneladas.