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Crise mobiliza produtores

Criadores recebem entre R$ 1,75 e R$ 1,80 pelo quilo vivo, para um custo de médio de R$ 1,75.

Redação SI 09/06/2003 – Enfrentando problemas desde o início do ano passado, o setor suinícola se mobiliza em busca de apoio para superar a crise. Durante audiência pública realizada esta semana em Brasília, os produtores apresentaram ao governo reivindicações que vão desde a renegociação de débitos até o financiamento da produção por meio de Empréstimos do Governo Federal (EGF) (ou Aquisições do Governo Federal AGF). O secretário executivo do Ministério da Agricultura, Amaury Dimarzio, pediu prazo até 14 deste mês para apresentar saídas.

Segundo o presidente da Associação Goiana de Suinocultores, Eugênio Arantes Pires, que participou do encontro de Brasília, técnicos do governo e parlamentares da bancada rural mostraram-se sensíveis ao problema. Para Eugênio, o governo tem procurado proteger os produtores de milho criando mecanismos para comercialização da safra e isso é importante, mas não é suficiente. É preciso que todos os elos da cadeia produtiva sejam beneficiados. Os criadores de suínos têm sido penalizados porque não conseguem repassar as sucessivas altas do custo. Para Eugênio Pires, se o governo contribuísse para retirar 150 mil toneladas de carne do mercado já ajudaria muito. Também há expectativa da Rússia voltar a comprar carne suína do Brasil, absorvendo principalmente a produção do Sul do País.

Esta semana, os suinocultores goianos receberam entre R$ 1,75 e R$ 1,80 pelo quilo vivo do suíno, para um custo médio de produção em torno de R$ 1,75, o que significa que estão apenas empatando. Embora o preço do milho tenha caído para até R$ 15,00 a saca para o produtor, ele não chega às granjas por menos de R$ 17,00 a saca, por causa do frete. Também seguem com preços elevados o farelo de soja e os demais insumos.

Segundo Eugênio Pires, nos últimos 18 meses o plantel goiano de matrizes suínas teve redução de 18% e se não forem encontradas saídas para a crise, pode cair ainda mais. Ele argumenta que a maior preocupação é com o segundo semestre, quando as commodities agrícolas tendem a aumentar de preço. Atualmente estão alojadas 47 mil matrizes, que proporcionam o abate de 978 mil cabeças/ano ou o equivalente a 281 mil toneladas de carcaças.