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Milho para fora

Soja pressiona a saída do milho dos armazéns do Mato Grosso. Notícia pega produtor de surpresa, pois há muita quantidade do cereal.

Milho para fora

Segundo o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Rui Ottoni Prado, a notícia chega exatamente “aos 45 minutos do segundo tempo”, numa referência ao início da colheita da nova safra de soja 09/10 ainda neste ano. “Precisamos de espaço para estocagem da soja, mas ainda há muito milho para ser comercializado e removido”.

Prado frisa que o recorde obtido com a super produção de milho “felizmente é um problema que todo governante gostaria de resolver, afinal, é produção e não escassez”, mas o volume da safra “deu e está dando muito trabalho a todos”. Entre o Natal e o final do ano começam a ser colhidos no Estado os primeiros hectares da nova safra de soja (09/10), que serão também, os primeiros grãos ofertados ao País nesta nova temporada. “Daí pra frente, até o primeiro trimestre de 2010 serão quase 6 milhões de hectares de soja para serem colhidos e novos grãos para serem estocados. Por isso existe essa preocupação com os espaços”, frisa o presidente da Famato.

Mesmo com todos os problemas enfrentados até o momento pela super produção, como achatamento de preços e falta de espaços para acondicionamento, o presidente da Famato acredita que a segunda safra estadual, a safrinha, contabilizará recordes em área plantada e consequentemente, produção.

Numa primeira avaliação de intenção de plantio feita pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea) – órgão vinculado à Famato – a área coberta com o milho segunda safra deverá ultrapassar os 1,67 milhão de hectares da temporada 08/09, para pouco mais de 1,7 milhão. “Temos uma segunda safra consolidada, aliás, são duas safras de sequeiro, sem necessidade de irrigar área”, acentua Prado.

Questionado sobre a adesão em massa a mais uma safrinha de milho, o ruralista explica que apesar de todos os sobressaltos de 2009, a cultura retorna com força porque é rotação. “Soja e milho são complementares e atualmente, o milho é um sistema agrícola rentável ao produtor”.

Prado revela ainda que boa parte da movimentação atual dos estoques de milho no Estado está sendo promovida pela troca do grão por insumos, fruto das negociações entre produtores e multinacionais. O Imea ainda não tem estatísticas sobre produção, mas conta que até o momento, 90% das sementes para a safrinha já foram adquiridas pelos produtores.