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Logística

Frete de grãos caiu 15% no Centro-Oeste em agosto

Queda foi menor que a do óleo diesel na bombas, de 36%. Para ItaúBBA, componente de demanda trouxe alguma sustentação para os valores do transporte rodoviário de carga

Frete de grãos caiu 15% no Centro-Oeste em agosto

O frete de grãos no Centro-oeste do Brasil acumula queda de 15% no valor médio em agosto, na comparação com julho. A informação é do ItaúBBA. O trajeto de Sorriso (MT) a Paranaguá (PR), citado como exemplo no relatório, foi calculado, em média, em R$ 446 por tonelada.
 
No documento, os analistas pontuam que a retração foi menor que a do óleo diesel, de 36%. O combustível é o principal componente do custo do transporte rodoviário de carga.

“Os preços do óleo diesel ficaram sem reajustes por mais de 80 dias, o que gerou grande defasagem em relação ao preço praticado no mercado internacional, desestimulando as importações. A diferença entre o diesel A vendido no Brasil e no exterior no início de agosto passou de R$ 1,20/litro (30% de defasagem)”, informa a instituição.

O relatório do ItaúBBA destaca que a redução do preço do combustível tem impacto direto no transporte. Mas a demanda limita o movimento de baixa e dá sustentação aos valores.
Segundo o banco, o frete registrou um pico em fevereiro, por causa do escoamento da safra de soja. Em março, houve uma queda, com estabilidade em abril. Em junho, houve um novo movimento de alta, com o início da colheita do milho de segunda safra.

Armazenagem

O relatório do ItaúBBA ressalta ainda que a previsão de um novo recorde na safra de grãos deixou mais acentuado o déficit de armazenagem no Brasil. Os analistas destacam que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimam uma produção de 284,5 milhões de toneladas de soja e milho na safra 2022/23. A capacidade estática de armazenagem no país é calculada em 234,2 milhões, um déficit de 18%. (veja tabela abaixo)

Nas contas do ItaúBBA, a maior defasagem está no Norte, de 45%. Depois, aparecem o Centro-oeste e Nordeste, ambos com 41%. A armazenagem no Brasil é suficiente para a safra apenas em duas regiões, segundo o relatório. No Sul, há um superávit de 35% e, no Sudeste, de 33%.
“Esse gargalo logístico leva o produtor a buscar alternativas, como silo bag ou locais mais distantes para armazenagem, o que traz impacto para a margem, com um custo de transporte maior”, ressalta o relatório do ItaúBBA.