Agricultores da Argentina continuaram a descarregar os estoques de soja na semana passada após uma série de medidas de incentivo às exportações, com 61,8% da safra 2021/2022 vendida até o final da semana, informou ontem (20) o Ministério da Agricultura.
Entre 8 e 14 de setembro, os produtores venderam 2,3 milhões de toneladas da safra 2021/2022, ante 2,1 milhões de toneladas na semana anterior, segundo dados oficiais.
O volume de vendas foi de apenas 268,1 mil toneladas na última semana de agosto, mas as vendas dispararam após 5 de setembro, quando o governo lançou uma taxa de câmbio mais favorável para os produtores de soja, muitos dos quais estavam evitando vender seus estoques em meio à inflação e instabilidade econômica.
Ontem, o banco central da Argentina restringiu o acesso à moeda estrangeira para produtores que vendem com a taxa de câmbio especial, uma medida que deve reduzir os volumes de vendas nesta semana, disse Gustavo Idigoras, presidente da câmara argentina de esmagadores e exportadores de oleaginosas CIARA-CEC.
A Argentina é o maior exportador mundial de óleo e farelo derivados da soja e um importante produtor de milho, trigo e cevada.
O Ministério da Agricultura do país disse que 66,3% das 59 milhões de toneladas de milho colhidas na Argentina durante a temporada 2021/2022 foram vendidas, um aumento em relação aos 61,7% vendidos no mesmo período do ano passado.
O próximo ciclo 2022/2023 para as safras de milho e soja da Argentina deve começar entre setembro e outubro, quando o Serviço Meteorológico Nacional prevê menos chuvas do que o normal como resultado do fenômeno climático La Nina.
A colheita crítica de trigo na Argentina começa em novembro. Os produtores venderam até a semana passada 5,3 milhões de toneladas, 29,8% das 17,7 milhões de toneladas que a Bolsa de Grãos de Rosário prevê para a safra 2022/23.
A bolsa de grãos espera que as vendas ao exterior caiam de 15 para 12 milhões de toneladas.