Conjunto perverso de baixo crescimento, inflação, contas externas em deterioração reflete a baixa eficiência da economia brasileira,batida com folga nos últimos anos tanto pelos competidores dinâmicos da Ásia quanto por vários vizinhos sul-americanos. Nos últimos 25 anos,Brasil foi um retardatário na corrida da produtividade, como têm indicado estudos de respeitadas instituições públicas e privadas,produtividade do trabalho cresceu em média, no Brasil, 1% ao ano no quarto de século até 2012,nesse período,aumento anual chegou a 4,7% na Coreia do Sul, 3,3% no Peru, 2,4% no Chile e 1,6% nos Estados Unidos. Diferentes estudos apresentam diferenças nos resultados numéricos,mas conclusão é a mesma, em todos os casos, e ajuda a entender perda de vigor da economia nacional, nos últimos anos e baixo poder de competição de sua indústria.
Sem ganhos consideráveis de eficiência, Brasil continuará incapaz de avançar em ritmo semelhante ao de outros países emergentes nos próximos anos,expansão econômica do País tem dependido excessivamente da incorporação de mão de obra,ganhos provenientes dessa incorporação tendem a diminuir, com a mudança demográfica,expansão mais lenta da oferta de trabalho.Aumento do PIB depende da produtividade gerada por investimentos em educação,inovação,máquinas,equipamentos,infraestrutura,nesses quesitos o Brasil está atrasado. Principalmente nos últimos dez anos,governo escolheu prioridades erradas a educação,demorou a se preocupar com a infraestrutura,administrou mal gastos,desperdiçou recursos com empresas selecionadas,adotou política industrial anacrônica,baseada no protecionismo.Entre 1992 e 2001,aumento do PIB per capita foi derivado quase totalmente (uma parcela de 93,23%) dos ganhos de produtividade,dez anos seguintes essa fatia encolheu para 70,63%,enquanto cresceu a importância da absorção de mão de obra.
Agronegócio foi setor com maior aumento de produtividade entre 2000 e 2009 – taxa média anual de 3,8%,indústria de transformação a perda anual foi de 0,8%. De 2007 a 2010 houve ganho acumulado de 6% na indústria de transformação (pouco mais de 1% ao ano) e de 20% na de extração mineral.analise recente apontou aumento de 2,4% na produtividade do setor em 2013, quando a produção cresceu 1,2%, as horas pagas diminuíram 1,3% e o nível de emprego caiu 1,1%. A ocupação diminuiu e empresas, aparentemente, retiveram mão de obra com melhores qualificações,no triênio,no entanto,produtividade aumentou em média apenas 0,6%/ano,explicando perda de competitividade do produto nacional diante do estrangeiro no mercado interno e externo. Essa perda,perceptível há anos,explica participação crescente dos importados no mercado nacional de bens industriais e déficit brasileiro no comércio de manufaturados e semimanufaturados.Nem com o aumento de produtividade estimado para 2013 indústria nacional se tornou mais capaz de competir, porque esse ganho foi anulado, por aumento salarial equivalente. No triênio, o custo da mão de obra subiu 3,2% em média, por ano, superando de longe a elevação de eficiência da mão de obra ,descompasso entre salário e produtividade na indústria tem sido apontado em relatórios do Banco Central (BC) como importante fator inflacionário, essa relação é um lugar comum nos manuais de análise econômica e gestores parecem ignorá-la.