A decisão do Governo Federal de construir a Ferrovia da Integração – também chamada de Ferrovia do Frango – ligando o oeste ao litoral catarinense terá efeitos sociais, ambientais e econômicos na avaliação do presidente da Federação da Agricultura do Estado de Santa Catarina (Faesc), José Zeferino Pedrozo.
O projeto será elaborado pela Valec Engenharia, Construções e Ferrovias e executado pelo 10o Batalhão de Engenharia de Construções (BEC) do Exército Brasileiro, sediado em Lages. O traçado da ferrovia será definido pelos estudos técnicos que consubstanciarão o projeto e ligará Chapecó ao porto de Itajaí.
Pedrozo realça que a estrada de ferro reforçará a integração territorial, repetindo o papel que a rodovia BR-282 exerceu a partir da década de 1970. Com o transporte de produtos e mercadorias aos portos catarinenses, a ferrovia proporcionará a redução do número de caminhões pesados no sistema rodoviário, diminuindo a poluição, os acidentes e o custo da movimentação de cargas.
Por outro lado, aumentará a competitividade dos produtos catarinenses exportáveis, que incluem carnes em geral, grãos, manufaturados etc. Por isso, Pedrozo julga mais apropriada a expressão “rodovia da integração” em lugar de “ferrovia do frango”.
O presidente da Faesc lembra que a obra é cara, complexa e demorada, mas, realça que o importante é iniciá-la o mais rapidamente possível. Destaca a articulação do governador Raimundo Colombo com a presidente Dilma Rousseff, o Ministério dos Transportes, a Valec e a Empresa Brasileira de Logística (EBL) para a aprovação técnica e política do empreendimento.
Pedrozo considera importante para a competitividade internacional da economia catarinense a construção de um sistema ferroviário, interligando as regiões produtoras com os portos. Observa que tão ou mais importante que a linha férrea intraterritorial catarinense é a ferrovia norte-sul, ligando Chapecó ao Mato Grosso do Sul para o transporte de grãos que abastece o parque agroindustrial catarinense. “São mais de 2,5 milhões de toneladas de milho e soja que exigem 80 mil viagens de carretas”, exemplifica.
Pedrozo lembra que nas décadas de 1950/1960 a estrada da ferro Paraná-Santa Catarina fazia o transporte de calcáreo, adubos, trigo,soja, areia e mercadoria entre os dois Estados, dinamizando a economia regional. “Precisamos recuperar esse papel das ferrovias na economia barriga-verde”, encerra.