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Exportação

Ministério da Agricultura reafirma fim do embargo russo às carnes

O que falta é a liberação dos frigoríficos que ainda não podem vender ao país, o que ocorrerá após a análise de relatórios técnicos de cada planta pelos veterinários russos.

Ministério da Agricultura reafirma fim do embargo russo às carnes

O secretário de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Célio Porto, reafirmou ontem (17), em entrevista à Agência Estado, que o serviço sanitário russo, o Rosselkznador, concordou em levantar o embargo imposto há 18 meses às carnes de Mato Grosso, Paraná e Mato Grosso. O que falta, enfatiza Porto, é a liberação dos frigoríficos que ainda não podem vender ao país, o que ocorrerá após a análise de relatórios técnicos de cada planta pelos veterinários russos.

Na semana passada, em entrevista coletiva em Moscou, a presidente Dilma Rousseff considerou um equívoco o anúncio da suspensão do embargo russo pelo Ministério da Agricultura. Célio Porto, que estava com a comitiva em Moscou, salientou que não ouviu a frase dita pela presidente e explicou que havia de fato expectativa de que “o gesto concreto” de reabilitação dos frigoríficos ocorresse durante a visita, o que não ocorreu.

O secretário comentou que no anúncio do fim do embargo, feito durante entrevista coletiva no final dia 28 de novembro, o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Ênio Marques, apenas relatou o que havia sido acertado em reunião realizada na semana anterior em Moscou com o chefe Rosselkznador, Sergey Dankvert. Segundo Porto, na ocasião o veterinário russo garantiu que o embargo estava suspenso, mas não assegurava que todos estabelecimentos seriam reabilitados, porque isso dependeria de novas informações sobre as plantas.

Célio Porto afirmou que voltará a manter contato com as autoridades russas para saber da perspectiva de liberação das plantas. Ele afirmou que em junho de 2011, quando o embargo foi imposto, havia 25 frigoríficos dos três Estados exportando para a Rússia. O governo brasileiro já enviou “relatórios de auditoria” para reabilitação das 25 plantas (seis de bovinos, sete de suínos e 12 de aves) e também documentos contendo “planos de ação” para habilitação de outros cinco estabelecimentos que foram vistoriados pelos veterinários russos entre julho e agosto deste mês nos três Estados.

Ractopamina

Célio Porto afirmou que as exportações de carne suína dos quatro frigoríficos habilitados (dois de Santa Catarina e outros dois de Goiás e Minas Gerais) para o mercado russo, que estavam suspensas desde o dia 7 deste mês, estão sendo retomadas nesta semana. A suspensão da exportação ocorreu porque a defesa agropecuária brasileira não estava certificando a ausência da substância ractopamina, um indutor de crescimento usado na ração de suínos.

Porto disse que os russos concordaram que os exames atestando a ausência de resíduos da ractopamina poderão ser feitos em laboratórios autorizados pelo Ministério da Agricultura, inclusive os da própria indústria. Ele explicou que os russos antes exigiam que os testes fossem feitos em centros de análises “credenciados” ou “acreditados”, o que, seguindo a legislação brasileira, implicaria num período de seis meses para habilitar os laboratórios.

Vaca louca

Célio Porto afirmou que durante o encontro com Sergey Dankvert em Moscou, na quarta da semana passada, um dos assuntos abordados foi o caso não clássico de vaca louca que ocorreu em dezembro de 2010 e foi notificado há duas semanas pelo governo brasileiro. Segundo Porto, o chefe do serviço sanitário afirmou que a Rússia não iria tomar medidas precipitadas, mas solicitou informações sobre os números de testes feitos nos últimos anos no Brasil. Ele disse que os dados foram enviados na quinta-feira da semana passada. Na opinião de Porto, Dankvert “não se não se mostrou preocupado com o assunto”.