É com muita cautela que o agricultor Gabriel Jort estuda a possibilidade de vender agora as duas mil sacas de milho que restaram da safra passada. No último mês o preço reagiu. Mas ele está na expectativa de que suba um pouco mais.
“O preço não está ruim. Mas em função dos altos custos de produção e o preço ruim que teve há 90 dias, esse preço ajuda a dar uma equilibrada no final das contas para fazer uma média depois”, avaliou Jort.
Um dos fatores que explica o aumento do preço do milho no Brasil está no mercado internacional. O grão valorizou bastante no exterior e a demanda internacional também cresceu.
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior, o mês de setembro foi excelente. O país exportou 1,9 milhão de toneladas de milho. São 20% mais em relação ao exportado no mesmo período do ano passado.
A fase positiva das exportações já tem reflexo em uma das maiores cooperativas do Paraná. Este ano, a Coamo já vendeu 300 mil toneladas para países da Europa e do Oriente Médio, o que representa quase 70% a mais do que em 2009.
“Esse milho estava sobrando. O consumo brasileiro está em torno de 45 a 46 milhões de toneladas. Então, este excedente ficou com problema somado ao estoque de passagem do ano passado. O governo resolveu abrir para exportação até dez milhões de toneladas. Isso foi feito. Todas as empresas que trabalham com o milho exportaram cerca de dez a 11 milhões de toneladas, o que vai acontecer até o final do ano”, disse José Aroldo Galassini, presidente da Coamo.
De janeiro a setembro, as exportações de milho renderam US$ 990 milhões. Houve um crescimento de 31% em relação ao mesmo período do ano passado.