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Paranaguá aproveita recesso de Itajaí para crescer em congelados

Tais cargas pelos portos paranaenses tiveram aumento de 12% no ano passado, em comparação com 2007.

Redação (11/02/2009)- Embora boa parte do resultado se deva a transferência deste tipo de carga ao Paraná pelo Porto de Itajaí (SC), afetado pelas enchentes no final do ano passado, a idéia de criar em Paranaguá um corredor de exportação para carnes com operação semelhante ao de grãos, já começa a surtir efeito: as exportações de carne congelada.

Tais cargas pelos portos paranaenses tiveram aumento de 12% no ano passado, em comparação com 2007, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. A receita gerada, no entanto, foi bem maior, com crescimento de 48%. Em 2008, as exportações de carnes congeladas renderam US$ 2,8 bilhões, enquanto que em 2007 o total foi de US$ 1,91 bilhão.

Mais investimentos
O terminal de Paranaguá e o seu porto auxiliar de Antonina possuem uma capacidade de armazenagem de 58 mil toneladas para abrigar produtos congelados. Mas investimentos recentes como o da Sadia e da Martini Meat, além de um projeto com capacidade para mais 12 mil toneladas do próprio porto, podem levar as possibilidade de armazenagem a frio para perto de 100 mil toneladas, com o que os paranaenses começam a rivalizar com os portos de Santa Catarina que possuem capacidade instalada superior a 100 mil toneladas.

 
"Corrredor de Congelados"
Desde julho passado, a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), o Ministério da Agricultura e iniciativa privada, estão investindo no "Corredor de Congelados do Paraná", para oferecer logística e armazenagem aos exportadores e, assim, garantir volume de carga e interesse dos armadores em fazer escalas nos portos paranaenses. A meta é fazer com que os terminais portuários ofereçam maior capacidade para recepção, armazenagem, embarques e clientela suficiente para fazer do Paraná um dos principais polos exportadores de carne do Brasil.

O projeto da Appa prevê a construção de um terminal público de frigorificados na faixa portuária. A obra está em fase de orçamento e permitirá a maximização de produtividade, além de funcionar como moderador de preço, já que o exportador terá a opção de usar o espaço público.

Paranaguá tem vantagens competitivas como seis berços de atracação dedicados à operação de congelados – quatro em Paranaguá e dois em Antonina – , pátio de armazenagem de contêineres em zona primária com 370 mil metros quadrados, capacidade de armazenagem frigorífica para 58 mil toneladas e ramal ferroviário em zona primária, com operações diárias.

Além disso, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento está instalado na zona primária do Porto de Paranaguá, agilizando os processos de inspeção e fiscalização. O único problema que atrapalha o terminal paranaense e se arrasta há quase cinco anos é seu baixo calado devido ao assoreamento constante, tanto no acesso pelo Canal da Galheta como nos berços, o que está em vias de ser solucionado.

Hoje Paranaguá opera com pouco mais de 11 metros na Galheta e nos berços há locais com menos de 10 metros, o que faz com que grandes navios não possam entrar no porto ou operem com capacidade limitada de carga e impede a operação noturna.