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Preço do milho dispara em novembro

Alta de 17% foi motivada pelo aumento da demanda internacional e quebra das safras da Europa e da China.

Da Redação 19/11/2003 – 04h50 – O produtor de milho que apostou em aumento de preços e segurou as vendas do cereal começa a ter motivos para comemorar. Apenas em novembro, no mercado disponível do Oeste do Estado, a saca da mercadoria valorizou 17% e, ontem, era vendida a R$ 17,50 na região. A informação é de Seneri Paludo, analista de mercado da Agência Rural de Notícias, de Curitiba. O preço médio ao produtor, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, ficou ontem em R$ 15,50. O aumento é de 6% no mês.

“É um aumento significativo para o período”, comentou Seneri. A alta decorre do crescimento da demanda externa. Na Europa, a estiagem quebrou a produção. A China – que é grande exportadora – também enfrentou problemas climáticos e vai ofertar menos milho ao mercado internacional. “De novo, o produtor teve mais sorte que juízo”, afirmou, referindo-se à estratégia de segurar o produto à espera de melhores preços.

A conjuntura favorável decorre apenas do aumento dos preços internacionais. No mercado interno, a safra recorde de 2003 não daria margens para valorização do cereal. O estoque de passagem (volume que sobra de uma safra para outra) paranaense é de 2,5 milhões de toneladas. No ano passado, o estoque brasileiro foi de 1,8 milhão de toneladas. “Se a próxima safra for satisfatória, não haverá problema de abastecimento no primeiro semestre.”

A engenheira agrônoma Vera da Rocha Zardo, do Deral, concorda com o analista. “As exportações foram a salvação”, disse, lembrando que o produto brasileiro é bem aceito porque tem custo competitivo e garantia de não transgenia.

O produtor Adão de Pauli, de Londrina, mantém estocada toda a produção de milho de 2003. Apesar da alta, ele não pretende vender a mercadoria, pois aposta em novas valorizações. “Tem que chegar a R$ 18,00 para dar lucro”, comentou.

Com 30% da produção de soja guardado, Pauli planeja negociar primeiro a oleaginosa. “No caso da soja (cotada a R$ 46,00 na região), o preço já está no limite”, considerou o agricultor, que vai aproveitar a chuva dos últimos dias para semear pelo menos 80% da área das lavouras de verão até o final do mês.

Vera informou que 75% da produção estadual de milho já foi comercializada, totalizando 10,6 milhões de toneladas. Com relação à próxima safra, o plantio atingiu, esta semana, 91% da área semeada ou 1,22 milhão de hectares (ha). A estimativa de plantio é de 1,35 milhão de ha, o que representa redução de 8,3% na área, com previsão de produção de 7,3 milhões de toneladas.