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Pesquisa

Pesquisadores da UFPE descobrem nova espécie de camarão no litoral nordestino

Pesquisadores da UFPE descobrem nova espécie de camarão no litoral nordestino

Pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) descobriram uma nova espécie de camarão no litoral nordestino. Batizada de Alpheus coralvivo, em homenagem ao projeto de preservação de corais Coral Vivo, esta espécie é um camarão-de-estalo, que vive entre pedras ou buracos. Os pesquisadores registraram a presença do Alpheus nas cavidades do esqueleto calcário do coral de fogo e no interior de cascalho de coral na costa sul da Bahia e no Rio Grande do Norte.

“Essa descoberta amplia os dados da biodiversidade animal conhecida no Brasil e no mundo, e também auxilia nos estudos de preservação das espécies marinhas”, afirmou Patricia Souza dos Santos, doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal (PPGBA) da UFPE. A descoberta foi divulgada na revista científica neozelandesa Zootaxa no artigo “Morfologia e evidências moleculares revelam diversidade oculta entre camarões-de-estalo do grupo Alpheus obesomanus (Decapoda: Alpheidae) com a descrição de uma nova espécie no Brasil”.

Para identificar a nova espécie, a equipe realizou análises de material coletado manualmente e por mergulho em profundidades de até 12 metros na região de recifes de coral de Porto Seguro, Santa Cruz Cabrália e Abrolhos, na Bahia, e Parrachos de Maracajaú, no Rio Grande do Norte. O estudo incluiu uma análise morfológica minuciosa dos camarões-de-estalo encontrados no litoral nordestino em comparação com espécies próximas, além de análises genéticas, que confirmaram a existência da nova espécie.

“Registrar uma nova espécie já é um fato importante. Muito mais quando se trata do ambiente marinho, que ainda é pouco explorado em relação ao terrestre. A cada pesquisa, são reveladas novidades para a ciência”, explicou Patricia Souza. O crustáceo recebeu o nome de Alpheus coralvivo em homenagem ao Projeto Coral Vivo, uma iniciativa que contribui há mais de duas décadas para a preservação e conservação das comunidades marinhas, especialmente dos recifes de coral.

A pesquisa foi desenvolvida no LBC em parceria com os laboratórios de Carcinologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), de Biotecnologia e Sistemática de Crustáceos da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP/USP), e de Genômica Ambiental da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Além disso, os pesquisadores visitaram coleções de crustáceos no Museu de Zoologia (USP), no Museu Nacional (UFRJ) e no Smithsonian Institution, em Washington (EUA).

O trabalho recebeu apoio de diversas agências de fomento, como Facepe, CNPq e Fapesp, e contou com bolsa de doutorado da Capes. Além de Patricia Souza dos Santos, o artigo na Zootaxa inclui como coautores Alexandre O. Almeida (UFPE), Mariana Terossi (UFRGS), Fernando L. Mantelatto (FFCLR/USP) e Rodrigo A. Torres (UTFPR).