O empresário Abilio Diniz decidiu deixar a presidência do Conselho de Administração da BRF. Cinco anos depois de ter sido eleito chairman da BRF, Abilio vai formalizar sua saída do posto nesta quinta-feira (05/04), em reunião extraordinária do colegiado, convocada por ele mesmo.
Alvo de duras críticas por parte dos fundos de pensão Petros e Previ, que o responsabilizam pelos prejuízos da empresa nos dois últimos anos, que somaram R$ 1,5 bilhão, Abilio decidiu negociar sua saída em vez de brigar com as instituições.
No início de março, um dia depois de a BRF publicar seu balanço de 2017, em que teve prejuízo de R$ 1,1 bilhão, Petros e Previ, publicaram comunicado em que pedia a destituição do atual conselho de administração, e apresentaram em seguida uma nova chapa com 10 integrantes para o colegiado. O assunto seria tratado numa reunião do conselho, no dia 5 de março, mas a deflagração pela Polícia Federal da Operação Trapaça, um desdobramento da Carne Fraca, naquele mesmo dia, esvaziou o encontro.
Embora tenha visto “oportunismo no timing” no movimento dos fundos para pedir a destituição do Conselho, segundo uma fonte, Abilio decidiu negociar as condições para a sua saída. Conseguiu, por exemplo, barrar as indicações de Roberto Funari e do advogado Guilherme Afonso Ferreira para o colegiado, em nome da formação de uma chapa de consenso com os fundos.
Pelo acordo, o ex-ministro Luiz Fernando Furlan, que é membro da família fundadora da Sadia, empresa que foi comprada pela Perdigão para formar a BRF, exercerá interinamente a presidência do Conselho a partir de quinta-feira, até o dia 24, quando será realizada a assembleia extraordinária de acionistas, que vai deliberar sobre as mudanças no Conselho, entre outros assuntos.
Diniz foi eleito para a presidência do Conselho da BRF em abril de 2013. Os fundos Previ e Petros detêm 11% cada do capital da BRF. Abilio, 7%.