Encerra-se na próxima sexta (18/11) a Conferência do Clima (COP22), que ocorre em Marrakech, no Marrocos, com a finalidade de discutir as normas de implementação do ”Acordo de Paris”, estabelecido na COP21, no final de 2015.
O setor agrícola acompanha com atenção as negociações, embora tudo indique que as regras de implementação não serão finalizadas nesta Conferência.
A presença de representantes da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e do Ministério da Agricultura é importante, visto que as ONGs têm defendido que as metas nacionais do Brasil devem ser ampliadas, o que o setor agropecuário vê com preocupação já que a maior parte das responsabilidades, assumidas pelo Brasil em Paris, são extremamente onerosas ao país, e deverão, se mantidas, custar mais de US$ 60 bilhões, sem que haja notícia de onde viriam esses recursos.
Um dos temas de importância ao setor é a questão relacionada ao fato de que o governo está propondo que as iniciativas de combate ao desmatamento e o desmatamento evitado não gerem créditos de carbono, o que divide opiniões e pode ser prejudicial ao setor agropecuário.
De outro lado, o Ministério da Agricultura defende de que os produtores brasileiros recebam compensação pelas conservação das áreas de reserva legal e de preservação permanente, ao contrário dos demais países, onde não há restrição ao uso agrícola dessas áreas. A CNA entende que essa discussão, tendo em vista que não haverá nenhuma decisão sobre esse assunto nesta COP, devem continuar no próximo ano no Brasil, inclusive no Congresso Nacional, de modo que se chegue a uma decisão de posicionamento que atenda aos interesses nacionais, bem como os do setor agropecuário.